02 Relatório da OMS revela que jovens e adolescentes são os mais afetados pela solidão.mp3 |
Foto da manchete: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Por Jurandir Antonio – Voz: Eneas Jacobina
Texto do áudio:
A solidão tem atingido de forma mais intensa adolescentes e jovens adultos, segundo novo relatório da OMS, Organização Mundial da Saúde.
O estudo, divulgado no início do Setembro Amarelo, mostra que até 21% das pessoas de 13 a 29 anos relatam se sentir sozinhas, evidenciando a vulnerabilidade dessa faixa etária diante do sofrimento mental.
A condição está associada a cerca de 100 mortes por hora, o que representa mais de 871 mil vidas perdidas anualmente.
Para a psicóloga Sabrina Magalhães, a solidão crônica é um fator de risco emocional relevante.
Segundo ela, a ausência de vínculos e de uma rede de apoio eficaz enfraquece os recursos emocionais da pessoa, dificultando o enfrentamento de situações de estresse.
A psicóloga reforçou que a presença de apoio social é um importante fator de proteção.
Ela observa ainda que o isolamento pode estar relacionado a características pessoais.
A OMS aponta que 727 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos no mundo, sendo essa a terceira principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos.
No Brasil, a organização estima 14 mil mortes anuais, o equivalente a 38 por dia.
Segundo Sabrina Magalhães, adolescentes e jovens estão mais expostos ao risco por uma combinação de fatores emocionais, sociais e biológicos.
Conflitos familiares, especialmente com os pais, são um fator importante, assim como condições psiquiátricas, uso de substâncias e o bullying.”
A psicóloga alerta também para o chamado “efeito contágio”, em que jovens podem reproduzir comportamentos suicidas de pessoas próximas, celebridades ou personagens da mídia, especialmente quando se identificam com elas ou quando esses casos ganham grande repercussão.