| 01 Promotora diz que ficou chocada com o que viu no Morro de Santo Antônio.mp3 |
Foto da manchete: Reprodução Web
Por Jurandir Antonio – Voz: Enéas Jacobina
Texto do áudio:
A abertura de uma estrada pelo Governo do Estado no Morro de Santo Antônio, sem licença ambiental, expôs o solo da unidade de conservação, desencadeando processos de erosão que ameaçam a segurança dos visitantes.
Notificada pelo Ministério Público, a Sinfra, Secretaria de Estado de Infraestrutura, apresentou um projeto inicial para conter a erosão, mas solicitou 40 dias adicionais para a elaboração do projeto executivo.
Uma vistoria técnica realizada pelo Ministério Público de Mato Grosso confirmou que estão acontecendo processos erosivos no local.
A inspeção foi realizada no dia três de janeiro e acompanhada pela promotora de Justiça Ana Luiza Peterlini e pelo professor Auberto José Barros Siqueira, do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFMT, Universidade Federal de Mato Grosso.
O relatório técnico elaborado pelo professor Roquette confirmou os riscos à segurança e ressaltou a rápida evolução dos processos erosivos em razão do período chuvoso e da ausência de medidas de proteção do solo.
A inspeção constatou também a falta de sinalização adequada e estruturas de apoio, além da presença de solo exposto, pedras e rochas em áreas degradadas.
Fatores agravados pela abertura da estrada, que conferem riscos à segurança dos pedestres.
Já a promotora de Justiça Ana Luíza Peterlini, afirmou que aconteceu um crime ambiental no Morro de Santo Antônio, onde o Governo do Estado realiza algumas obras de infraestrutura.
Ela ressaltou que ficou chocada com o que viu e que o Ministério Público vai tomar medidas, nas esferas cível e criminal, contra os responsáveis.
Nesta quinta-feira, a Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Cuiabá realizou uma audiência extrajudicial para tratar das obras e das consequências da abertura de uma via de acesso da base ao topo do Monumento Natural do Morro de Santo Antônio pela Sinfra.
Na ocasião, ficou estabelecido que o Governo do Estado vai elaborar um projeto de contenção dos processos erosivos e de recuperação dos danos causados ao Morro com a construção de um acesso para visitação à unidade de conservação.
O local permanecerá fechado por 120 dias, com possibilidade de prorrogação.