| 01 Povos indígenas de Juara e Rondolândia comemoram a aprovação de projetos pela Conab.mp3 |
Foto da manchete: Programa REM MT
Por Jurandir Antonio – Voz: Enéas Jacobina
Texto do áudio:
O Projeto Man Gap, apoiado pelo Programa REM Mato Grosso, teve uma importante conquista com a aprovação de três projetos no valor de quatro milhões e 300 mil reais pela Conab, Companhia Nacional de Abastecimento, sendo que um deles está em conclusão e dois em contratação para início da comercialização da produção por meio do Programa de Aquisição de Alimentos.
Com isso, será realizada a compra de castanha beneficiada produzida por quatro povos indígenas do município de Juara, com destino a diversas escolas da rede pública do município.
A iniciativa foi aprovada como a segunda melhor classificada na categoria acima de 750 mil reais entre os projetos do estado de Mato Grosso, e representa um marco para os povos Apiaká, Kayabi, Munduruku e Zoró, responsáveis por esse projeto.
O Man Gap conta com o apoio de uma ampla rede de parceiros, incluindo a Prefeitura de Juara, Seduc, Secretaria de Estado de Educação, Secretaria de Estado da Saúde, CRAS, Centro de Referência de Assistência Social, e da Funai, Fundação Nacional dos Povos Indígenas.
O coordenador do projeto, Paulo César Nunes, conta que historicamente, as comunidades indígenas da região realizavam a coleta da castanha-da-Amazônia e a vendiam in natura para intermediários, sob condições de extrema desvantagem.
Nas últimas décadas, práticas que não beneficiam os povos indígenas, como o escambo e o adiantamento com juros elevados, mantinham os extrativistas em um ciclo de endividamento e exploração.
O Projeto Man Gap surgiu para estruturar a cadeia, com um valor justo e com práticas sustentáveis, além de fomentar o protagonismo dos povos indígenas.
O projeto fomenta também a participação de mulheres e jovens, gerando impactos diretos na formação de uma nova geração de lideranças indígenas.
A castanha coletada também voltará, inclusive, à mesa das famílias, reforçando hábitos alimentares saudáveis e a segurança alimentar dos povos, reforçando a importância de manter a floresta em pé.