Mudanças climáticas causam prejuízos e derrubam estimativas para a safra brasileira de grãos.mp3 |
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Por Jurandir Antonio – Voz: Vinícius Antônio
Texto do áudio:
Dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, divulgados nesta quinta-feira, pelo IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mostram que a estimativa para a safra brasileira de grãos, cereais e leguminosas em 2021 foi reduzida pelo quinto mês consecutivo.
As mudanças climáticas são apontadas como uma das principais razões.
A falta de chuvas e as geadas inesperadas que ocorreram em algumas das principais unidades produtoras no final de julho têm importância significativa no cenário que tem o milho como a commodity mais prejudicada.
Como as chuvas esperadas não se confirmaram, houve drástica redução no rendimento médio, e consequentemente na produção de determinados grãos, explicou Carlos Barradas, gerente da pesquisa.
“O ano agrícola, em geral, começa em setembro do ano anterior, que é quando se inicia o plantio. Porém, para plantar, o produtor precisa que haja umidade no solo e, como houve falta de chuvas nesse período de 2020, esse plantio atrasou muito, sendo iniciado apenas na segunda quinzena de outubro”, destacou o pesquisador.
Ele disse ainda que essa situação acabou prejudicando o milho 2ª safra, plantado após a colheita da soja, que teve sua “janela de plantio” reduzida, deixando as lavouras mais dependentes do clima.
Mato Grosso, que permanece líder como o maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 28,2% do que é produzido em todo Brasil, já registra como estimativa uma variação anual de menos 2.7% na produção geral.
A queda é maior que a média nacional, que fechou em menos de 1%. Por aqui, o milho também será uma das commodities que deve sofrer. A estimativa é de variação de menos 4,9% na 2ª safra da produção anual.
O declínio na produção, entretanto, é bem menor em comparação a commodities como café em grão, com uma queda de 22%, algodão herbáceo, menos 16.9%, e a cana-de-açúcar, menos 10.2%.