Parceria entre UFMT e indígenas produziu mais de 14 mil mudas de Buriti

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Foto da manchete: Assessoria

Por Jurandir Antonio – Voz: Yaponira Cavalcanti

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Pela quarta vez consecutiva, a aula de campo da disciplina de Recuperação de Áreas Degradadas foi realizada no território indígena Enawenê Nawê, que fica no noroeste do Estado, entre os municípios de Juína e Comodoro, no período de 10 e 17 deste mês. 

A atividade consolida uma parceria de longo prazo entre projetos da UFMT, Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Sinop e o povo indígena, que já possibilitou a produção de mais de 14 mil mudas de Buriti, além de outras espécies, destinadas à restauração de matas ciliares, cabeceiras e áreas úmidas. 

A aula de campo é obrigatória para o curso de Engenharia Florestal e optativa para Agronomia e, neste semestre, foi desenvolvida em integração com o projeto de extensão “Arborescer – conhecer para conservar”, do Campus Sinop.

O projeto é parceiro do povo Enawenê Nawê desde 2023, com apoio da FUNAI, por meio da Coordenação Regional Noroeste, em Juína.

Desde então, a iniciativa tem se destacado pela produção e plantio de milhares de mudas de Buriti em áreas degradadas do território, com impactos diretos na segurança alimentar, cultural e espiritual da comunidade.

Foco central da parceria, o Buriti é uma espécie de importância vital para a manutenção do modo de vida tradicional e base de indumentária ritual, alimentação, construção de moradias e utensílios, além de integrar a cosmovisão do povo, que a associa a um espírito específico, Yakaliti, segundo o professor e coordenador do projeto Arborescer, Juliano de Paulo dos Santos.

Nesse sentido, a recuperação de áreas degradadas onde o Buriti ocorre naturalmente não é apenas uma ação ecológica, mas também uma forma concreta de proteção cultural e espiritual, apoiando a continuidade dos rituais e do modo de vida de uma comunidade que hoje reúne mais de mil e 200 pessoas em uma única aldeia.