Lideranças e entidades avaliam o pacote de R$ 30 bilhões anunciados pelo Governo Federal

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Foto da manchete: Ricardo Stuckert / PR

Por Jurandir Antonio – Voz: Enéas Jacobina

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O setor agropecuário reagiu com cautela ao pacote de medidas anunciado pelo governo na última quarta-feira.

Chamado de “Plano Brasil Soberano”, o pacote prevê 30 bilhões de reais em crédito, regimes fiscais estendidos, facilitação de compras públicas e reforço da diplomacia comercial.

O problema, apontado pelas entidades que representam os produtores, é que o pacote prevê ajuda apenas aos exportadores.

Mesmo reconhecendo que o pacote é um avanço em termos institucionais, a Abrafrutas, Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados, por exemplo, ressaltou “lacunas que desamparam pequenos fruticultores que vendem sua produção para exportadoras maiores.

Segundo a Abrafrutas, sem medidas que cheguem efetivamente à base da produção, há risco de retração nas compras e prejuízo à renda e à permanência desses produtores no campo.

De acordo com o Sindicato Rural de Petrolina, em Pernambuco, em alguns casos “a fruta simplesmente não compensa ser colhida, pois não há mercado disposto a pagar o suficiente para cobrir os custos da colheita”.

A reação política também se mostrou prudente. A Frente Parlamentar da Agropecuária, voz influente no Congresso, reforçou que essa tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos exige uma “resposta firme e diplomática”.

Segundo a entidade, além de medidas emergenciais, é preciso fortalecer as negociações para reverter unilateralmente a sobretaxa e manter o Brasil presente na mesa internacional.

Posicionamento semelhante ao do presidente da Feagro, Federação dos Engenheiros Agrônomos de Mato Grosso e do Instituto do Agronegócio, Isan Rezende.

Segundo ele, o momento exige maturidade e diálogo, não confrontos desnecessários.

Já a OCB, Organização das Cooperativas Brasileiras, classificou a iniciativa como “relevante”, mas destacou que ainda será necessário analisar o impacto real sobre as cadeias cooperativistas mais vulneráveis, como frutas, mel, proteína animal e grãos, antes de validar a eficácia do pacote.