Governador descarta ampliar atendimento na Delegacia da Mulher de Várzea Grande e causa polêmica

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Foto da manchete: Assessoria MPMT

Por Jurandir Antonio – Voz: Enéas Jacobina

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O governador Mauro Mendes descartou, na última semana, a possibilidade de ampliação do funcionamento da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Criança e Idoso de Várzea Grande para atendimento 24 horas.

Mendes alegou o alto custo da medida, que segundo ele exigiria ao menos cinco delegados, o que representaria um “ônus insustentável” aos cofres do Estado.

Atualmente, a Delegacia da Mulher em Várzea Grande funciona apenas em horário comercial, de segunda a sexta-feira, o que dificulta o atendimento imediato de casos que acontecem nos fins de semana ou à noite.

O posicionamento do governador causou polêmica e indignação diante da realidade da cidade, que é a segunda mais populosa de Mato Grosso e tem enfrentado muitos casos de violência contra a mulher.

O governador disse ainda “não ser doloroso sair de Várzea Grande para vir a Cuiabá”, quando a mulher precisar de atendimento no plantão 24 horas.

Ele lembrou que Várzea Grande e Cuiabá são cidades vizinhas como justificativa para negar a ampliação do plantão.  “São poucos quilômetros para poucas pessoas”, enfatizou Mendes.

A deputada estadual Janaina Riva, do MDB, reagiu às declarações de Mauro Mendes. Para a parlamentar, o posicionamento do chefe do executivo é um “tapa na cara das mulheres várzea-grandenses e mato-grossenses” e reforça a falta de prioridade do governo na proteção da vida das mulheres.

Após a polêmica, Mendes reafirmou o posicionamento alegando dificuldades financeiras e estruturais para oferecer atendimento 24 horas em todos os municípios. De acordo com ele, seriam necessários cerca de 700 delegados, um custo elevado para os cofres públicos

Na ocasião, o governador reforçou a importância das delegacias virtuais como alternativa para garantir a proteção imediata das vítimas.

Segundo ele, a plataforma online possibilita que mulheres registrem ocorrências a qualquer hora. A partir desse registro, uma viatura é acionada para ir até o local, oferecendo todo o suporte necessário à vítima e garantindo agilidade no atendimento.

Mato Grosso lidera os casos de violência contra a mulher no Brasil. Em 2024, foram registrados 47 feminicídios no Estado; em 2025, já são 36 até agosto, um aumento de 37% em relação ao ano anterior.