Custo do milho em Mato Grosso aumenta e produtores não recuperam todos os gastos

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Foto da manchete: Banco de Imagens

Por Jurandir Antonio – Voz: Yaponira Cavalcanti

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O custo de produção do milho em Mato Grosso segue em alta, e os produtores ainda não conseguem cobrir integralmente todas as despesas da safra 2025/2026.

Dados do Imea, Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária, apontam que, apesar do preço do cereal cobrir parte dos custos operacionais, a recuperação total, incluindo depreciação e pró-labore, ainda não é possível.

Segundo o Imea, o custeio do milho em setembro de 2025 foi estimado em três mil 305 reais e 87 centavos por hectare, aumento de 0,32% em relação a agosto, resultado da valorização de insumos.

O Custo Operacional Efetivo chegou a quatro mil 792 reais e 45 centavos por hectare, ou seja, mais 0,20% mensal, enquanto o Custo Operacional Total atingiu cinco mil 381 reais e sete centavos por hectare, aumento de mais 0,17%.

Esses números incluem depreciação e pró-labore do produtor.

Para cobrir os diferentes níveis de custo, considerando a produtividade média das últimas três safras, com cerca de 116 sacas por hectare, o milho precisaria ser vendido a 28 reais e 35 centavos para cobrir o custeio. Quarenta e um reais e dez centavos para cobrir o Custo Operacional Efetivo, e 46 reais e 15 centavos para cobrir o Custo Operacional Total.

Em setembro, o preço ponderado da saca de milho foi de 44 reais e 67 centavos, suficiente para cobrir o custeio e o Custo Operacional Efetivo, mas ainda abaixo do Custo Operacional Total, indicando que o produtor não recupera integralmente todos os custos da safra.

O levantamento também aponta que os custos médios com insumos chegaram a quase três mil reais por hectare, alta de 2,85% em relação a setembro de 2024.

Entre os itens que mais impactaram, estão: sementes que aumentaram 1,09% e Macronutrientes que subiram 10,12%.

O Imea destaca que essas variações reforçam a importância da relação de troca como ferramenta estratégica para decisões de compra, especialmente no início da safra, quando se concentram as aquisições de insumos.

Para adquirir uma tonelada de ureia e uma de fertilizante fosfato, por exemplo, o produtor precisa entregar, respectivamente, cerca de 76, e 102 sacas de milho.