Falta de vagas em creches atinge mais de 50% das redes municipais

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LOC.: Uma pesquisa do Ministério da Educação, em parceria com o Gaepe-Brasil, revela um aumento na demanda por vagas em creches em todo o país. De acordo com o estudo, mais da metade, ou 2.900 municípios, declararam que não tiveram a demanda atendida em 2025. No ano passado, o percentual foi de 44%.

O número de inscrições de bebês de 0 a 11 meses saltou de 123 mil para 238 mil. Segundo a pasta, o aumento indica maior conscientização das famílias e aprimoramento na identificação do direito à educação desde os primeiros anos de vida.

Além disso, a identificação de crianças de 0 a 3 anos que não estão na escola nem na lista de espera é realizada por 64,3% dos municípios. Em mais de 80% deles, o trabalho é feito em parceria com as áreas de saúde e assistência social.

Na pré-escola, etapa obrigatória para crianças de 4 e 5 anos, a cobertura é de quase 95%, com a maior parte das redes adotando ações para localizar crianças fora da escola.

Outro avanço é a ampliação do uso de protocolos formais na organização das listas de espera: quase metade dos municípios que possuem fila já adotam sistemas integrados de gestão.

No início do ano, um levantamento do Tribunal de Contas da União revelou que 35% dos municípios brasileiros que possuem filas de espera em creches não adotam critérios de priorização.

A doutora em educação e professora da Universidade de Brasília, Catarina de Almeida Santos, entende que o ideal é que toda criança que demande essa vaga consiga ter acesso à creche. Mas, diante das limitações, ela defende ao menos a garantia de transparência nos critérios utilizados para a oferta dessas vagas.

TEC./SONORA: Catarina de Almeida Santos, professora da Faculdade de Educação da UnB

“Se nós não temos critérios estabelecidos, o atendimento pode ser por indicação, indicação política, pode ser por conhecer alguém de dentro do sistema. Então, é muito importante que se diga quantas vagas estão disponíveis, quais critérios serão utilizados e obviamente que, junto com isso, que haja uma pressão para fazer com que não precise de processos seletivos para entrar na creche.”

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LOC.: O levantamento completo está disponível no site gaepebrasil.com.br.

Reportagem, Paloma Custódio