Com novo traçado, Ferrogrão evita terra indígena e licença ambiental deve sair em março

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Foto da manchete: Assessoria/Divulgação

Por Jurandir Antonio – Voz: Ana Rosa Lima

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Um projeto atualizado da Ferrogrão, ferrovia de 933 quilômetros entre o município mato-grossense de Sinop e Miritituba, no Pará, com um novo traçado, passando por fora de terras indígenas e do Parque Nacional do Jamanxim, prevê a construção de 65 pontes ferroviárias e pode ser concluído em até 10 anos, se os prazos forem cumpridos.

Foi o que garantiu o presidente da empresa Estação da Luz, idealizadora do projeto, o empresário Guilherme Quintela, na última terça-feira, durante um evento em Sinop.

Segundo Quintela, o Ministério dos Transportes já articula a emissão da licença ambiental, última etapa antes da publicação do edital de concessão pelo governo federal.

A previsão é que a licitação aconteça até março de 2026, e as obras comecem no mesmo ano, com expectativa de entrega em 2035.

O novo estudo de viabilidade técnica, detalhado em evento com empresários e autoridades locais, aponta que a Ferrogrão seguirá ao longo da BR-163, sem túneis ou necessidade de realocação de comunidades.

Além das 65 pontes, que somadas representam 81 quilômetros, estão previstos ainda quatro viadutos ferroviários, 10 viadutos rodoviários e 48 pátios de cruzamento.

A maior ponte será no rio Peixoto, entre Matupá e Peixoto de Azevedo, com 250 metros de extensão.

O levantamento reforça que “60% da faixa de domínio já está desmatada” e que a ferrovia ocupará apenas 0,1% da área original do Jamanxim.

Para compensação ambiental, será feito o plantio de dois mil hectares de vegetação nativa.

O novo traçado foi redesenhado justamente para contornar os impasses judiciais.

Com capacidade para movimentar até 69 milhões de toneladas por ano até 2095, cada trem da Ferrogrão, com quase 17 mil toneladas, vai substituir cerca de 422 caminhões no percurso até Miritituba.