01 Aprovados no concurso da Polícia Militar de Mato Grosso acionam Justiça para garantir nomeação.mp3 |
Foto da manchete: Assessoria AFG&Taques
Por Jurandir Antonio – Voz: Enéas Jacobina
Texto do áudio:
A Associação dos Candidatos Aprovados no Concurso Público para Soldado da Polícia Militar de Mato Grosso ingressou com ação judicial na 1ª Vara Especializada da Fazenda Pública de Cuiabá contra o Governo do Estado, cobrando a nomeação imediata dos aprovados no concurso realizado em 2022.
O processo denuncia o colapso na segurança pública e pede providências urgentes para recompor o efetivo da corporação.
Do total de mil e 800 aprovados no concurso, apenas 600 foram convocados até agora, deixando cerca de mil e 200 candidatos aguardando o chamamento.
De acordo com dados oficiais, a Polícia Militar dispõe de mais de 13 mil cargos previstos, mas apenas pouco mais de sete mil estão ocupados.
O déficit é superior a seis mil policiais, ou seja, quase metade do efetivo necessário.
Essa defasagem coloca Mato Grosso em posição crítica quando comparado a parâmetros nacionais e internacionais.
A ONU, Organização das Nações Unidas, recomenda a média de um policial para cada 250 habitantes, mas o estado registra apenas um para cada 500.
Para o presidente da ACAP, José Lucas Souza, a omissão do Estado representa risco à vida da população e desrespeito aos concursados.
José Lucas alertou que não se faz segurança pública com gambiarra, propaganda e marketing.
Segundo o dirigente da Associação, em vez de convocar concursados, o Estado tem optado por medidas paliativas, como a contratação de temporários e a sobrecarga da tropa com jornadas extraordinárias.
José Lucas explicou ainda que apenas em 2025, foram destinados quase seis milhões de reais mensais para o pagamento de horas extras, valor suficiente para empregar cerca de mil soldados de carreira.
Para o dirigente da ACAP, esse modelo, além de caro e ineficiente, sobrecarrega a tropa, e tem provocado adoecimento físico e psicológico, afastamentos e até suicídios dentro da corporação, aponta o Anuário Brasileiro de Segurança Pública.