Sindicato afirma que governo do Estado não é culpado pela alta do etanol

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Vinícius Antônio

O diretor-executivo do Sindpertóleo, Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Mato Grosso, Nelson Soares Junior, confirmou que o Governo do Estado não é o responsável pelo aumento do preço do etanol em Mato Grosso.

 

Em artigo publicado no último sábado o sindicalista explicou que a elevação dos preços não é um fenômeno causado por um único motivo e que a situação tem ocorrido em pelo menos 23 estados do país.

 

Em Mato Grosso, o preço médio do litro subiu de 2 reais e 91 centavos em dezembro de 2019 para 3 reais e 20 centavos em janeiro deste ano.

 

De acordo com Nelson, os aumentos decorreram de “diferentes fatores”, entre eles a elevação de cerca de 500 reais no preço do metro cúbico da cana-de-açúcar em razão do fim da safra e a diminuição dos estoques de etanol, “provocada pela manutenção da alta demanda, decorrente do aquecimento da economia nacional, notadamente no setor de consumo”.

 

Outro motivo, segundo o dirigente, é que a Petrobras anunciou aumentos no valor da gasolina e no diesel, fato que causou um “efeito cascata” nos demais produtos, incluindo o etanol.

 

“Por estas razões, desde o início de dezembro de 2019, as distribuidoras aumentaram diversas vezes o valor do combustível, sendo esta a principal razão dos sucessivos aumentos noticiados nos postos a partir de então”, disse.

 

Nelson Junior afirmou que a legislação que reduziu os incentivos fiscais e passou a vigorar neste ano teve impacto no preço, mas reforçou que o dado divulgado pelo Governo do Estado “está correto”.

 

Ou seja, que a redução do incentivo, por si só, poderia acrescer no máximo seis centavos no preço final.

 

Segundo o diretor do Sindipetróleo, também pesou no preço as despesas extraordinárias dos postos de combustível, “tais como, décimo terceiro e demais encargos trabalhistas e previdenciários dos colaboradores, taxas dos órgãos de fiscalização periódica, tributos decorrentes da atividade econômica, dentre outros, que devem ser custeadas pela renda auferida com a venda dos produtos”.

 

É importante destacar que, apesar da redução do incentivo fiscal, Mato Grosso é o 2º estado com a melhor alíquota do país para o etanol.