Pesquisadores estudam uso de plantas como alternativa aos pesticidas nas lavouras em Mato Grosso

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Foto da manchete: Arquivo/Pesquisadora

Por Jurandir Antonio – Voz: Yaponira Cavalcanti

Texto do áudio:

Pesquisadores realizam novos estudos para obtenção de alternativas baseadas em produtos naturais com potencial para atuar como bio-herbicidas.

Buscando identificar compostos presentes em plantas do gênero Hyptis, como o Hortelã do Mato e Tapera Velha, já utilizadas na medicina popular.

Os cientistas investigam substâncias que inibem o crescimento de outras espécies vegetais, as chamadas plantas daninhas, por meio de um fenômeno conhecido como alelopatia.

O projeto de pesquisa foi uma das propostas contempladas na bolsa de mestrado do Edital FAPEMAT, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso, e é coordenado pela professora doutora Olívia Moreira Sampaio da UFMT, Universidade Federal de Mato Grosso.

A alelopatia é um processo natural em que uma planta libera compostos químicos capazes de interferir no crescimento, germinação ou desenvolvimento de outras plantas ao seu redor.

Esses compostos, chamados aleloquímicos, podem ser liberados pelas raízes, folhas, sementes ou pela decomposição da planta no solo, funcionando como uma forma de competição biológica.

O mecanismo tem despertado interesse científico pelo seu potencial uso no controle de plantas daninhas de forma mais sustentável. 

As plantas daninhas preocupam os produtores porque competem com as culturas agrícolas de milho, soja, algodão e outras.

O uso intensivo de defensivos químicos tem ampliado a seleção dessas espécies resistentes, tornando urgente o desenvolvimento de alternativas menos tóxicas e mais sustentáveis.

Além de contribuir para o controle das plantas daninhas, o projeto visa reduzir o impacto ambiental causado pelos herbicidas sintéticos.

Os bio-herbicidas à base de extratos vegetais têm potencial para serem seletivos, atuando apenas sobre espécies-alvo, com menor persistência no solo e menor risco de contaminação.

O controle de plantas daninhas é um dos principais desafios da agricultura moderna.

Atualmente, o método mais utilizado é o controle químico, feito com herbicidas sintéticos.

Embora eficaz e de resposta rápida, essa prática tem gerado preocupações ambientais e de saúde pública devido ao uso intensivo dessas substâncias.

Entre os principais problemas estão o surgimento de ervas daninhas resistentes, a contaminação do solo e da água, e os riscos de intoxicação em seres humanos e animais.