Pesquisadores encontram presença do hantavírus em morcegos no norte de Mato Grosso

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Jurandir Antonio - Voz: Vinícius Antônio

Um estudo realizado por pesquisadores da UFMT, Universidade Federal de Mato Grosso, em parceria com outras cinco instituições de ensino superior, identificou a presença do hantavírus em duas espécies de morcego presentes na região norte do estado.

 

A pesquisa foi conduzida a partir da análise sorológica e molecular de amostras biológicas de 47 exemplares, colhidos na região de Sinop. 

 

A presença de hantavírus em morcegos é recente para a ciência e, de acordo com Gustavo Canale, um dos professores que conduziu o estudo, vírus estão mais associados à pequenos roedores silvestres, que podem transmitir a hantavirose pela urina.

 

"A hantavirose pode ser causada por diversos vírus da mesma família. Alguns com sintomas mais leves e outros com sintomas mais graves, mas todos podem levar a morte, por isso a preocupação", explica Canale.

 

Os sintomas de hantavirose nos casos leves podem ser confundidos com outras zoonoses, como dengue e chikungunya, o que, de acordo com o professor, também contribui para uma subnotificação da doença.

 

Nos casos mais avançados, o vírus ataca o pulmão, causando dificuldade para respirar, aceleração dos batimentos cardíacos e tosse seca, desenvolvendo um quadro de "Síndrome Cardiopulmonar por Hantavírus".

 

A preocupação dos pesquisadores é a possibilidade de um surto da doença causada pelo vírus. O vírus, quando transmitido a seres humanos, pode ser fatal. 

 

"Mato Grosso já tem mais casos que a média do restante do país e vemos índices elevados da doença na região de Sinop, Tangará da Serra e Diamantino, onde já acontecem surtos esporádicos", alerta Gustavo Canale, do Campus de Sinop. 

 

O desmatamento e a produção de grãos, característicos da região, podem agravar o quadro, uma vez que os morcegos podem usar as culturas como fonte de alimento, aumentando consideravelmente sua população. 

  

"A melhor medida para combater essas doenças é manter as florestas em pé. Floresta saudáveis e com alimento, para que os mamíferos não precisem procurar por comida nas cidades”, alerta o professor Canale.

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