JOGATINA. Bets "abocanharam" 27% dos valores do Bolsa Família com apostadores, diz TCU

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Foto da manchete: Divulgação/Internet

Por Jurandir Antonio – Voz: Eneas Jacobina

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Um levantamento do TCU, Tribunal de Contas da União, apontou que integrantes de famílias com algum beneficiário do Bolsa Família transferiram três bilhões e 700 milhões de reais para casas de apostas, em janeiro de 2025.

O montante corresponde a 27% dos quase 14 bilhões distribuídos pelo programa no primeiro mês deste ano.

Esse envio bilionário para as bets foi realizado por quatro milhões e 400 mil das mais de 20 milhões de famílias atendidas em janeiro.

Ou seja, 21,8% das famílias no programa social tiveram algum contato com apostas online. Uma parte delas está criticamente endividada.

O levantamento considera apenas sites de casas de apostas autorizadas.

As bets ilegais seguem em funcionamento aos milhares, apesar de iniciativas e cobranças para tirá-las do mercado.

O relatório do TCU apresentou dados sobre o impacto das apostas no endividamento das famílias que recebem o Bolsa Família.

A conclusão foi a de que duas mil 818 famílias estão em "situação crítica" e de "alto risco social".

Há ainda outras 23 mil 397 famílias em "início de endividamento" e 774 mil 678 com "comprometimento das necessidades básicas".

Esses três perfis de endividamento somam mais de 800 mil famílias que estão no programa, têm algum jogador no seio familiar e enfrentam problemas financeiros relevantes.

Recentemente, o Ministério da Fazenda determinou que as empresas de apostas se adequem à regra que as obriga a barrar cadastros e jogos de quem recebe o Bolsa Família e o BPC, Benefício da Prestação Continuada.