| Pesquisa mostra que oscilações da temperatura pioram o quatro de pacientes renais crônicos.mp3 |
Jurandir Antonio - Voz: Vinícius Antônio
Considerada a epidemia do milênio, a doença renal crônica tem como principais causas a pressão arterial alta e a diabetes.
É sabido que o descontrole da pressão arterial está presente em até 90% dos pacientes em hemodiálise, e muitos estudos apontam a influência dos fatores meteorológicos na pressão arterial.
O perfil dos pacientes renais crônicos é composto, em sua maioria, por homens, idosos, hipertensos e que fazem uso de vários medicamentos para o controle da pressão alta.
Durante os estudos para a sua tese de doutorado, a enfermeira nefrologista Shaiana Vilella descobriu que não havia quantificação do efeito da temperatura sobre a pressão arterial dos pacientes em hemodiálise e, consequentemente, para pessoas em hemodiálise em clima tropical, como é o caso do Brasil.
A pesquisadora constatou o efeito da temperatura ambiente na pressão arterial dos pacientes em hemodiálise, e a partir de agora, os profissionais de saúde passam a ter referência para o controle da mudança da pressão arterial as variáveis da temperatura também.
Quer dizer, a cada um grau que a temperatura ambiente externa esquenta, a pressão arterial do indivíduo se torna mais baixa e a cada um grau que a temperatura esfria, a pressão arterial do indivíduo se torna mais alta.
E o quadro piora quando se leva em conta que a maior dificuldade no tratamento do paciente em hemodiálise é o controle da pressão arterial, e devido às mudanças climáticas a temperatura do ar está aumentando de uma maneira jamais vista. As variações de temperatura diárias são em média de 5 a 9 º centígrados em países de clima tropical.
Em Cáceres e nos outros municípios do bioma Pantanal a amplitude térmica é ainda maior, variando na média de 9,7º centígrados em um único dia, podendo chegar à máxima de 17° centígrados de variação.
De acordo com a pesquisadora, que também é professora no curso de Enfermagem da Unemat, Universidade de Mato Grosso, o perigo mora nessas oscilações de temperatura.
“Para pacientes em hemodiálise as alterações de pressão, tanto para alta como para baixa, são prejudiciais, por conta da sobrecarga cardíaca, o que pode levar a internações e à morte”, explicou Shaiana.