| Pesquisa aponta as regiões de Cuiabá e Várzea Grande que tem mais casos de Hanseníase.mp3 |
Jurandir Antonio - Voz: Vinícius Antônio
Pesquisadora de Iniciação Científica da UFMT, Universidade Federal de Mato Grosso, Kenny de Oliveira, está desenvolvendo uma pesquisa com o objetivo de verificar e apresentar os focos espaciais da hanseníase e quais as áreas de risco de contaminação em Cuiabá e Várzea Grande.
O estudo analisou o período entre 2000 a 2010, e apresenta como a doença se distribui no espaço e quais são os locais de foco das infecções.
O relatório, intitulado “Área de risco para Hanseníase entre 2000 e 2010 em Cuiabá”, foi vencedor do prêmio Severino Meirelles, que contempla as melhores pesquisas de Iniciação Científica.
Mato Grosso é o estado que registrou as maiores taxas de casos, com 88,6 casos a cada 100 mil habitantes. O estudo calculou o Risco Relativo de contaminação para cada bairro e setor censitário de Cuiabá e Várzea Grande, que é uma relação da probabilidade de o evento ocorrer no grupo exposto.
Os resultados indicam a formação de focos endêmicos durante o período de estudo.
“A gente observou que a hanseníase tem um comportamento focal e tende a se concentrar em populações que são socioeconomicamente desfavoráveis, que tem dificuldades com boa infraestrutura, acesso a políticas de saúde e que convivem em condições precárias.
Os bairros com maiores índices da doença ficam em regiões periféricas das cidades”, afirmou a pesquisadora e graduanda em geografia, Kenny de Oliveira.
De acordo com o estudo, a probabilidade de contaminação da doença varia de zero a 20. Em Cuiabá, entre os anos 2005 e 2007, os bairros Jardim Vitória e Jardim Florianópolis apresentaram o risco relativo de 10.09, sendo duas das regiões mais propensas para a infecção de pessoas.
Para a pesquisadora, o estudo visa compreender e apresentar o que faz com que a hanseníase permaneça nessas regiões e continue com altas taxas de infecção.
Os dados foram previamente coletados pelo orientador da pesquisa, professor Emerson Soares dos Santos, para a realização do projeto “Geografia e Epidemiologia da Hanseníase na Grande Cuiabá”.