Ministério Público do Trabalho repudia declarações de Bolsonaro sobre o trabalho infantil.mp3 |
Da redação - Jurandir Antonio
O Ministério Público do Trabalho, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, a Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho, Associação Brasileira dos Advogados Trabalhistas e o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, em nota conjunta, repudiaram as declarações do presidente, Jair Bolsonaro, sobre o trabalho infantil.
As entidades apontam que “combater o trabalho infantil é meta prioritária do Estado brasileiro”.
“A psicologia é uníssona em afirmar que a criança precisa vivenciar a infância plenamente para que se constitua como um adulto saudável, com todas as suas potencialidades desenvolvidas. O trabalho precoce, seja o proibido ou quando desprotegido, indubitavelmente afasta a criança e o adolescente dessa vivência plena”, destaca trecho da nota.
Na semana passada, o presidente da República fez uma transmissão ao vivo em sua página no Facebook, e disse que “o trabalho dignifica o homem e a mulher, não interessa a da idade”.
Nas redes sociais, Bolsonaro foi criticado por anônimos e personalidades do meio político e, no Twitter, ele se defendeu.
“A esquerda está me atacando por defender que nossos filhos sejam educados para desenvolver a cultura do trabalho desde cedo. Não devemos confundir o incentivo ao trabalho e à disciplina com exploração, abuso e abandono da escola. São coisas completamente distintas e todos sabemos disso”, explicou o presidente.
A nota divulgada pelo Ministério Público do Trabalho e as outras cinco entidades elenca alguns problemas que podem ser causados por conta do trabalho infantil, como perda de autoestima, afastamento da criança do lazer, provoca acidentes e adoecimentos, provoca inversão de papéis e faz com que a criança tenha baixo rendimento escolar.
“Por todas as razões expostas, as instituições repudiam quaisquer afirmações que contrariem o intenso trabalho feito pelo Estado brasileiro e suas diversas instituições para proteger a infância contra o trabalho infantil,” reforça a nota.
Voz - Guilherme Alves