Mato Grosso perde Bolinha, um dos precursores do rasqueado cuiabano.mp3 |
Da redação: Jurandir Antônio - Voz: Vinícius Antônio
O músico saxofonista João Batista de Jesus da Silva, conhecido como "Bolinha", de 79 anos, morreu nesta segunda-feira, em Cuiabá, em consequência de um AVC, acidente vascular cerebral, também conhecido como derrame.
Bolinha já estava com a saúde debilitada desde o ano passado, quando começou a sentir fortes dores de cabeça e precisou ser internado.
Bolinha estava com 79 anos e era considerado um dos maiores nomes da música cuiabana, além de ser um dos precursores do rasqueado.
Por muitos anos fez parte do grupo de músicos que resgataram e popularizaram o rasqueado cuiabano, além de ter regido por mais de 35 anos a banda da então Escola Técnica Federal de Mato Grosso, atual IFMT.
A paixão de Bolinha pela música e pelo saxofone, instrumento que sempre o acompanhou, começou quando ele conheceu Ivonildo Gomes de Oliveira, o Mestre China.
Em sua carreira, Bolinha participou da primeira banda de rock cuiabana, chamada “Jacildo e Seus Rapazes”, formada na década de 60, no embalo da Jovem Guarda.
Junto com os compositores Pescuma e Moisés Martins, ele formou a banda “Ventrecha de Pacu”, que chegou a gravar dois CDs.
Filho do Mestre Albertino, Bolinha gravou cinco álbuns solo. Uma de suas últimas apresentações públicas ocorreu em abril, no concerto “Mato Grosso de Todos os Ritmos”, quando tocou e encantou junto com a Orquestra Sinfônica da UFMT.
A esposa do músico, Santina da Silva, contou, que certa ocasião, ele viajou para Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, sai de Cuiabá bem magro, e, quando voltou, estava como uma bolinha, daí o famoso apelido.
O último CD lançado, “Lembranças dos 73 anos do Mestre Bolinha”, é um mix de tudo o que já fez, tem rasqueado, bolero, lambada.