| Manifesto responsabiliza Bolsonaro por incitar a violência contra os povos indígenas no Brasil.mp3 |
Jurandir Antonio - Voz: Vinícius Antônio
O cacique Raoni, maior liderança indígena do Brasil, reuniu representantes de aproximadamente 45 povos indígenas de todo país, durante um encontro que aconteceu este mês, na aldeia Piaruçu, na Terra Indígena Capoto Jarina, em Peixoto do Azevedo, região norte de Mato Grosso.
Na oportunidade, os indígenas lançaram um manifesto que denuncia o "projeto político do governo brasileiro de genocídio, etnocídio e ecocídio" do governo do presidente Jair Bolsonaro.
"As ameaças e falas de ódio do atual governo estão promovendo a violência contra povos indígenas, o assassinato de nossas lideranças e a invasão de nossas terras ", diz trecho do manifesto.
O documento contesta ainda o discurso de Jair Bolsonaro, que alega falta de legitimidade do cacique Raoni para falar em nome dos indígenas. "Afirmamos que o Cacique Raoni é sim a nossa liderança, ele nos representa! Ele será sempre a nossa referência, por sua luta firme e pacifica”, afirmaram os participantes do encontro.
Entre as acusações feitas ao governo estão o risco da liberação de extração de minério e da pecuária nos territórios indígenas.
"Nós não aceitamos garimpo, mineração, agronegócio e arrendamento em nossas Terras, não aceitamos madeireiros, pescadores ilegais, hidrelétricas e outros empreendimentos, como Ferrogrão, que venham nos impactar de forma direta e irreversível", diz a carta.
O documento lembra que o Estado brasileiro tem uma dívida histórica com os povos indígenas.
“Nós somos os primeiros habitantes desse nosso país. Não apenas defendemos o meio ambiente: somos a própria natureza. Se matar o meio ambiente, está matando nós ", alerta o manifesto.
