| Índios do Xingú protestam contra o fim das eleições diretas para diretores de escolas.mp3 |
Por Jurandir Antonio – Voz: Vinícius Antônio
Texto do áudio:
Caciques de 16 aldeias localizadas no alto, médio, baixo e leste Xingu assinaram uma carta de repúdio contra a portaria da Seduc, Secretaria de Estado de Educação, que suspende as eleições para o cargo de diretor de escolas.
Para o deputado Henrique Lopes, do PT, a medida é um ataque à gestão democrática nas escolas, assegurada em lei desde 1998. Lopes destacou a importância das eleições nas escolas
De acordo com o parlamentar, não há nenhuma decisão do STF, Supremo Tribunal Federal, que impeça a realização de eleições para diretores de escolas em Mato Grosso.
“Colocar diretor por indicação política é criar cabos eleitorais. Temos que evitar esses retrocessos”, alertou Henrique Lopes.
No documento, os caciques ressaltam ainda que a Convenção 169 garante consulta “livre, prévia e informada às populações indígenas em projetos que afetem as comunidades”.
Na carta de repúdio, as lideranças apontam que a portaria da Seduc está fora da realidade indígena.
“É um grande retrocesso do Governo do Estado, que vem afrontando e atropelando os direitos que conquistamos. Nós, comunidades dos 16 povos indígenas do Território Indígena do Xingu, não aceitamos essa decisão”, diz um trecho do documento.
O deputado petista afirmou que o governo e os governantes precisam, urgentemente, respeitar os valores culturais de cada povo indígena.
“A chegada de um diretor de fora da comunidade é uma ameaça às tradições e costumes de cada aldeia. Essas comunidades possuem outra vivência, que nós que estamos fora, não temos direito de interferir”, alerta Lopes.
