Chefe do Ministério Público de MT critica Bolsonaro e vê democracia ameaçada no Brasil

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Por Jurandir Antonio – Voz: Vinícius Antônio

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Em discurso, na última quarta-feira, durante a cerimônia de posse para seu segundo mandato como procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, o promotor José Antônio Borges Pereira fez duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro e ao governo federal pela atuação diante da pandemia da covid-19.

 

Borges condenou a postura de Bolsonaro diante do crescimento do desmatamento e das queimadas no país e por disseminar o radicalismo e a divisão da sociedade brasileira entre “nós e eles”.

 

Anunciou que irá propor ao Conselho Nacional de Procuradores Gerais uma mobilização, “uma vigília” com entidades como o Ministério Público, a OAB, Ordem dos Advogados do Brasil, e organizações da sociedade civil em defesa da Constituição de 1988 e do Estado Democrático de Direito, hoje sob ameaça constante de grupos radicais de direita.


Borges destacou que a população brasileira está apreensiva com o futuro da democracia no país.

 

“Ter adversários políticos é saudável, mas a polarização e divisão da população que temos assistido, entre “nós e eles”, e falar de comunismo numa economia globalizada para criar um inimigo, como tem feito Bolsonaro, não é hilário, mas preocupante”.

 

O procurador-geral observou que os ataques não são direcionados apenas às instituições de Estado e seus membros, mas também ao “Espaço Cívico”.

 

 “Ainda mais quando se pratica um discurso e ações arquitetadas dentro de um ‘Gabinete do Ódio’ instalado no Palácio do Planalto para atacar as instituições pilares do Estado Democrático de Direito, que são o Congresso Nacional, Poder Judiciário e Ministério Público,” alertou o procurador. 

 

José Antônio Borges fez questão de ressaltar que a instituição que comanda não tem viés político-partidário, limitando-se a se colocar em defesa da ordem constitucional.

 

 “O Ministério Público nem é governo, nem oposição. O Ministério Público é constitucional; é a Constituição em ação, em nome da sociedade, do interesse público, da defesa do regime democrático, da eficácia e salvaguarda das instituições”, ressaltou Borges. 

 

O Procurador-geral José Antônio Borges Pereira também denunciou a omissão do governo federal no combate aos crimes ambientais que atingem a Amazônia e, de forma especial, o Estado de Mato Grosso, que abriga em seu território três biomas – Floresta Amazônica, Cerrado e Pantanal.

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