Aprosoja Brasil recomenda aos produtores que tenham cautela em negócios envolvendo a soja

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Por Jurandir Antônio - Voz: Yaponira Cavalcanti

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A Aprosoja Brasil, Associação Brasileira dos Produtores de Soja e Milho, fez uma série de recomendações aos sojicultores brasileiros, no último fim de semana.

A entidade destaca que o movimento de queda de preços, os elevados custos de produção e a queda de produtividade na safra atual exigem cautela antes do fechamento de negócios nos próximos meses.

Assim, a Associação recomenda aos produtores que adotem prudência, que não realizem vendas imediatas nem vendas futuras, não adiantem compras por pressão das empresas e não façam investimentos ou programação para ampliação de área.

A Aprosoja pede ainda aos produtores que não façam compras de fertilizantes, cujos preços aumentaram nas últimas três safras e ainda não voltaram ao patamar normal para uma boa relação de troca. “Esta recomendação vale também para sementes e defensivos”, reforça a entidade.

A associação afirma ainda que houve redução de 33% da receita da atividade em comparação com a safra por conta dos preços atuais estarem abaixo dos 100 reais por saca pela primeira vez em três anos.

Segundo a entidade, no início do plantio da safra 2023/2024, as contas estavam dando algum lucro ou empatando, em algumas praças, se houvesse uma boa produtividade. Porém, com as perdas em função de fatores climáticos, as margens já estão negativas em muitos estados.

De acordo com dados do Imea, Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária, divulgados em janeiro, em Mato Grosso a cotação da soja apontava que para cotação de 100 reais a saca e produtividade estimada pelo órgão de 50 sacas por hectare, a margem de lucro seria de 128 reais, já indicando incapacidade de pagamento de parcelas de investimentos.

Contudo, ao considerar a região de Sorriso como exemplo, a soja está cotada na região em torno de 94 reais, o que retorna a margem negativa, com prejuízo de 122 reais por hectare.

A Aprosoja Brasil lembra que a colheita ainda não atingiu 20% da área em nível nacional e que os produtores ainda enfrentam alta incidência de doenças, anomalias fisiológicas e prognóstico climático pouco animador.

No caso de Mato Grosso, a média estimada pela Aprosoja Brasil é de 49 sacas por hectare, até o momento.