| Violência - Mulheres assassinadas em Mato Grosso no ano passado deixaram 70 filhos órfãos.mp3 |
Foto: Divulgação
Por: Jurandir Antonio - Voz: Enéas Jacobina
A violência contra mulheres não deixa marcas apenas nas vítimas, mas em toda a família.
Além das marcas físicas e psicológicas, a Polícia Civil identificou que as mortes violentas de mulheres registradas em Mato Grosso, no ano passado, deixaram 70 filhos sem mães, entre crianças, jovens e adultos.
Destes, 21 eram filhos das vítimas com os autores dos crimes.
Entre os registros de feminicídios, duas vítimas estavam gestantes quando foram mortas.
Estes acontecimentos em geral desestruturam famílias inteiras, com filhos sem mães e pais, pois, em muitas situações, os homens cometeram suicídio após matar suas companheiras ou foram presos.
Esses números integram um estudo realizado, desde 2020, pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil para traçar o perfil de mulheres vítimas de mortes violentas.
O levantamento coordenado pela Gerência de Inteligência Estratégica é realizado com base nos boletins de ocorrência e em inquéritos policiais.
Além disso, a pesquisa traz dados sobre local dos crimes, meio empregado nos homicídios, solicitação de medidas protetivas, perfis das vítimas, vínculo entre vítimas e autores dos crimes, índice de esclarecimento dos homicídios e os efeitos da violência contra mulheres.
Dos homicídios e feminicídios cometidos no ano passado contra mulheres, 80% deles foram esclarecidos. Do total de crimes ocorridos, 66 autores foram indiciados e 24 dos casos seguem em apuração.
A delegada Mariell Antonini Dias, coordenadora da Câmara Temática de Defesa da Mulher da Secretaria de Estado de Segurança Pública, destaca que o estudo ajuda a compreender melhor o fenômeno da violência doméstica, deixando claro o risco a que as mulheres estão submetidas quando vivem situação de violação de direitos em casa e não procuram ajuda da Polícia.
Mariell destaca ainda que familiares são importantes nesse processo de rompimento do ciclo da violência e têm o “dever moral” de auxiliar a vítima, buscando o aparato estatal.