Senadora de Mato Grosso apresenta projeto que endurece penas para autores de feminicídio

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Foto da manchete: Waldemir Barreto/Agência Senado

Por Jurandir Antônio - Voz: Enéas Jacobina

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O feminicídio pode se tornar um crime com a maior pena do país, deixando de ser enquadrada no homicídio qualificado e tendo suas próprias características.

Com isso, a pena máxima para quem cometer o ato pode chegar a 40 anos.

O projeto apresentado pela senadora Margareth Buzetti, do PSD de Mato Grosso, foi aprovado por unanimidade pela CCJ, Comissão de Constituição de Justiça do Senado.

A proposta prevê a pena mínima de 20 anos para o crime de feminicídio, com máxima de 40 anos.

Essa seria a maior pena do Brasil, já que, atualmente, a pena máxima é de 30 anos de prisão para o crime de homicídio qualificado, incluindo o feminicídio.

A CCJ aprovou o projeto em caráter terminativo, ou seja, tornando o feminicídio um crime em particular, não mais ligado ao homicídio qualificado.

O projeto de Margareth Buzetti altera ainda outras cinco leis já em vigor, justamente para que sejam agravados os crimes contra a mulher pelo simples fato de ser mulher.

Uma das mudanças é o aumento das penas para casos de lesão corporal contra mulher, além de crimes contra a honra ou ameaça, e para o descumprimento de medidas protetivas.

Durante saídas da prisão, o condenado por crime contra o gênero feminino deve usar tornozeleira eletrônica e também perderá direito à visitas conjugais ou íntimas durante a reclusão.

Além disso, o projeto proíbe a nomeação, a designação ou diplomação em qualquer cargo, função pública ou mandato eletivo, entre o trânsito julgado da condenação e o cumprimento da pena pelo criminoso.

Para começar a valer, o projeto da senadora mato-grossense precisa ser aprovado na Câmara Federal e depois sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.