| Rogério Gallo desmente Bolsonaro e diz que o ICMS não é o vilão da alta do combustível.mp3 |
Por Vinícius Antônio
Texto do áudio:
Nos últimos dias, uma novela tomou conta do preço dos combustíveis no Brasil.
O presidente da república, Jair Bolsonaro, culpa os estados afirmando que o preço do ICMS, Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, é o responsável pelos altos valores nas bombas dos postos.
Já o secretário de Estado de Fazenda de Mato Grosso, Rogério Gallo, afirma que o problema é a política de preços praticada pela Petrobras, que sofre, principalmente, com a variação cambial.
Desde o início do ano, a gasolina e o diesel acumularam altas nas refinarias de 41,3% e 34,1%, respectivamente.
Nesta segunda-feira, a estatal anunciou aumento de 5% nos preços dos dois combustíveis, que serão praticados a partir desta terça-feira.
Com o reajuste, o preço médio de venda, nas refinarias, da gasolina passará a ser de 2,60 reais por litro, alta de 12 centavos por litro, enquanto o diesel passará a média de 2,71 reais por litro, aumento de 13 centavos por litro.
O reajuste é o quinto do ano para a gasolina e o quarto para o diesel.
Segundo Rogério Gallo, a política de preços praticada pela Petrobras é o grande problema da alta no preço dos combustíveis, porque fica muito sensível à variação cambial, aumenta o dólar, aumentam a gasolina e o diesel. E também sensível à cotação do petróleo no mercado internacional.
Ele acredita que se o governo federal não criar um fundo soberano para a Petrobras, para que os preços não sejam impactados e o produtor não transfira a diferença, o preço vai continuar subindo na bomba.
Ainda de acordo com o secretário, a alta nos preços dos combustíveis não se deve aos impostos, como ICMS e PIS-COFINS.
Gallo afirma que em Mato Grosso, por exemplo, o ICMS praticado é o mesmo que há 10 anos.
Para o gestor da Fazenda estadual, não há que se falar em aumento de imposto, porque o imposto não aumentou, o que provocou a alta foi principalmente a variação do dólar.
De acordo com Rogério, não se pode esperar que a retirada do PIS-COFINS prometida pelo governo federal tenha qualquer impacto no preço das bombas, justamente porque houve esse aumento de 5%.