Representatividade: Em audiência 100% feminina, catadora e cooperativa fecham acordo

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Foto da manchete: Radioagência TRT

Por Fabyola Coutinho – TRT FM

 

Uma audiência realizada na 2ª Vara do Trabalho de Tangara da Serra foi totalmente incomum. Isso porque todos, ou melhor, todas que estavam presentes, eram mulheres. Desde a magistrada e a secretaria de audiência, até as advogadas, a trabalhadora e a representante da empresa. O encontrou pôs fim a um impasse entre uma catadora de materiais recicláveis e uma cooperativa. A juíza Claudirene Ribeiro ressaltou que as mulheres ocupam cada vez mais papel de destaque na sociedade. 

“É muito interessante essa audiência que tivemos 100% de mulheres porque isso mostra que a mulher hoje está ocupando todos os lugares. Aqueles lugares que antes eram reservados apenas aos homens. Ela está não somente na condução da audiência, mas também está representando as partes, patrocinando as causas, seja dos trabalhadores ou dos empregadores”

A advogada da trabalhadora, Katia Rodrigues, reforçou que a cliente ficou até mais tranquila e se sentiu mais acolhida quando viu que o espaço contava só com mulheres. 

“A dona Maria estava muito nervosa e com receio da audiência. Ao chegar lá e encontrar a cooperativa sendo representada por uma mulher e por advogada mulheres, a juíza e a secretaria de audiência serem mulheres, a deixou mais tranquila. Ela se sentiu mais acolhida. Por ser uma pessoa muito simples, ela estava até com medo de falar e quando falou e foi ouvida e ela percebeu que o processo dela era importante para todos ali, ficou aliviada.”

Foram quase dois anos de audiências realizadas por videoconferência, por conta da pandemia da covid-19. Essa foi feita de forma presencial e respeitou todos os cuidados para evitar o contágio. Para a juíza do trabalho, a proximidade possibilitou um ambiente acolhedor, que facilitou o acordo. 

“O acordo, neste caso especifico, foi especialmente interessante porque envolvia uma situação de muito conflito, causado em parte pela própria condição de analfabeta da trabalhadora, mas também pelo envolvimento pessoal dos cooperados.” 

“A catadora trabalhava no local há mais de dez anos, supostamente na condição de cooperada. Ela pedia na justiça que fosse considerada empregada, com reconhecimento do direito de receber as verbas trabalhistas, além do reconhecimento de que o ambiente de trabalho era insalubre. Ela disse que acabou sendo excluída da cooperativa por ter se ausentado por mais de trinta dias. O acordo possibilitou a manutenção do vínculo de cooperada e o pagamento de valor equivalente ao adicional de insalubridade. A conciliação é sempre a melhor solução!”

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