Produtores brasileiros de soja esperam cenário melhor em 2024

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Foto: Arquivo/Agência Brasil

Fonte: Agencia Brasil 61 – Reportagem: Reportagem, Yumi Kuwano

 

LOC.: Depois de passar por um período difícil, os produtores de soja estão um pouco mais otimistas com as projeções para 2024. Apesar de não serem tão animadoras, pelo menos a melhoria Ados preços pode ser um alívio para o setor. 

Com a previsão de fim do El Niño em abril, que em 2023 provocou fortes chuvas e temperaturas extremas em todo o país, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, o Inmet, a expectativa para 2024 também é positiva.

Além disso, na exportação, a soja atingiu o recorde de US$ 2,5 bilhões em janeiro. Foram 2,85 milhões de toneladas, volume 240% superior quando comparado com o mesmo período de 2023.

No entanto, alguns desafios ainda devem ser enfrentados pelos produtores de grãos, conforme explica o presidente da Aprosoja do Mato Grosso, Lucas Costa.

TEC./SONORA: Lucas Costa - presidente Aprosoja MT

“Nós temos que lembrar que mesmo o Mato Grosso que tem as sojas mais tardias, e que estão recebendo melhores chuvas, por outro lado essa soja foi semeada fora do fotoperíodo adequado e isso já interfere na produtividade. E estamos tendo uma grande pressão de pragas como percevejo e a mosca branca que é o que mais preocupa, além de ter um alto custo para controlar, já há notícia no mercado que está faltando defensivo para o controle e a pressão muito alta causando prejuízos”.

LOC.: Apesar do fenômeno El Niño estar perdendo força no país, outra preocupação é o La Niña, que deve fazer com que a região Sul sofra com a seca, além de causar chuvas no Nordeste, Norte e Centro-Oeste.  

Gelson Giombelli, produtor de milho, soja e trigo em Descanso, em Santa Catarina, diz que 2024 também não começou muito bem, mas tem esperança que as coisas melhorem. O milho colhido em janeiro foi abaixo do esperado. 

TEC./SONORA: Gelson Giombelli - produtor 

“Foi em torno de 80, 100, nessa base. Pelos investimentos que a gente faz teria que colher entre 200 e 220 sacas por hectare. E a expectativa boa é para a soja, que está muito bonita, agora que começou a chover bem. Vamos ver, se se concretizar é a soja que vai nos salvar”

LOC.: O agricultor conta que no início do ano passado chegou a vender a saca de soja por R$ 180 — e agora está custando pouco mais de R$ 100. O milho, que era R$ 100, agora está R$ 54. 

Em janeiro deste ano, as exportações totais do agronegócio cresceram 14,8%, chegando a US$ 11,72 bilhões. Houve expansão do volume embarcado de grãos, passando de 9,5 milhões de toneladas no mesmo mês de 2023 para 11,38 milhões em janeiro de 2024 — um aumento de 19,7% —, sendo o complexo soja responsável por 21,4% do valor total exportado.