Mulheres indígenas mato-grossenses contribuem na definição de políticas públicas para indígenas do país

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Foto da manchete: Talita Oliveira - OPAN

Por Jurandir Antonio – Voz: Yaponira Cavalcanti

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Políticas públicas para as mulheres indígenas de Mato Grosso foram contempladas entre as propostas elaboradas por delegações de todo o Brasil na I Conferência Nacional de Mulheres Indígenas, realizada em Brasília como parte da IV Marcha de Mulheres Indígenas.

A demarcação das terras indígenas, maior participação das mulheres nos espaços políticos e de gestão dos territórios, fortalecimento das brigadas indígenas com equipes mistas para prevenir e combater incêndios.

Estes foram alguns dos assuntos debatidos nas etapas estadual e regional, realizadas, respectivamente, na Terra Indígena Japuíra, em Mato Grosso e em Rio Branco, no Acre, definindo assim o conjunto de 49 propostas aprovadas na Conferência Nacional. 

Uma situação apontada como recorrente pelas mulheres de Mato Grosso é a violência obstétrica, tema que encontrou sonoridade também entre indígenas de outros estados.

Na oportunidade, a deputada federal, Célia Xakriabá, do PSOL de Minas Gerais, cobrou o fim da violência obstétrica, que mata mais mulheres indígenas e mulheres negras no Brasil.

A proibição ao acompanhamento de saúde por pajés e outras pessoas em hospitais e demais dispositivos de saúde também foi discutida pelas mulheres de Mato Grosso.

A plenária da conferência nacional propôs o reconhecimento oficial de parteiras, pajés e demais especialistas indígenas como profissionais de saúde, bem como a construção de casas de saúde com equipes interculturais. 

Na opinião da coordenadora do Departamento de Mulheres da Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso, Maria Anarrory Yudjá, o evento reforçou o protagonismo das mulheres indígenas, além de fortalecer os direitos delas em relação ao território, cultura, educação e saúde. 

No encerramento da Conferência, que aconteceu na primeira semana de agosto, foi criado o Grupo de Trabalho para consolidação das propostas apresentadas e elaboração do ato normativo que visa instituir uma política nacional para mulheres indígenas.