MPF e MP/MT pedem a suspensão imediata de obras no Portão do Inferno

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Foto da manchete:  Mário Friediander

Por Jurandir Antonio – Voz: Enéas Jacobina

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O Ministério Público Federal e o Ministério Público do Estado de Mato Grosso moveram uma ação civil pública, com pedido de liminar, para a suspensão imediata das obras na rodovia MT-251, no trecho conhecido como "Portão do Inferno", dentro do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães.

A ação aponta diversas irregularidades no licenciamento ambiental e alerta para o risco de alteração irreversível da paisagem e da topografia do local, além do aumento do risco de deslizamentos durante e após a execução das obras.

No mérito da ação, o MPF e o MPE pedem a nulidade do processo de licenciamento ambiental em razão de várias irregularidades, como a falta de motivação para a aplicação do licenciamento simplificado, a classificação indevida de risco das obras de retaludamento e a nulidade da Autorização para Licenciamento Ambiental, entre outros pontos.

O retaludamento é um processo de terraplanagem que envolve cortes ou aterros em terrenos inclinados, como encostas, com o objetivo de estabilizá-los e evitar deslizamentos.

Os MPs solicitam ainda que a Justiça Federal declare a nulidade da escolha do projeto de retaludamento da rocha, feito pelo Estado de Mato Grosso, devido à ausência de critérios e à inexistência das vantagens apresentadas pela Sinfra, Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística.

A procuradora da República Marianne Cury Paiva e o promotor de Justiça Leandro Volochko, autores da ação, pedem também a realização de estudos mais detalhados que considerem os aspectos ambientais, geológicos, cênicos, sociais e econômicos do Portão do Inferno, além de garantir a participação da população na tomada de decisão, com critérios e metodologias claras para a escolha da melhor intervenção na região.