| Lúdio Cabral alerta que instalação de seis PCHs pode matar o Rio Cuiabá.mp3 |
Foto da manchete: reprodução da assessoria
Por Jurandir Antonio - Vinícius Antônio
Texto do áudio:
O projeto que prevê a instalação de seis PCHs, pequenas centrais hidrelétricas, no Rio Cuiabá pode afetar a reprodução dos peixes de todo o Pantanal e o sustento de milhares de famílias que dependem da pesca de subsistência para sobreviver.
O alerta foi feito pelo deputado estadual Lúdio Cabral, do PT, durante uma audiência pública na Assembleia Legislativa.
Na oportunidade, pesquisadores e especialistas explicaram os riscos da liberação dessas seis PCHs, que fazem parte de um pacote de 133 PCHs previstas para a bacia do Alto Paraguai, que alimenta o Pantanal, e se somariam às 47 hidrelétricas já implantadas na bacia.
Lúdio lembrou que já existe um comprometimento severo do regime de águas que alimenta o Pantanal, com rios, baías e o Pantanal como um todo com escassez de água.
“Se esse volume de PCHs prosseguir, estaremos decretando a morte do Rio Cuiabá e do Pantanal”, reforçou o deputado.
Já o pesquisador da Embrapa, Agostinho Catella, explicou que 90% dos peixes pescados na bacia são de piracema, ou seja, peixes migratórios que sobem os rios para se reproduzir, sendo o Rio Cuiabá um dos principais para reprodução dos peixes.
“Se antes tínhamos um rio correndo livremente, agora temos uma barreira. O peixe não chega lá em cima. E o ambiente lá em cima transformado num lago muda completamente a ecologia que existia antes para o retorno dos peixes, ovos e larvas”, explicou o pesquisador.
Catella apresentou dados que mostram que o Rio Cuiabá é o mais importante para a economia pesqueira no Pantanal.
Dos mais de sete mil e 600 pescadores profissionais artesanais do Pantanal, mais de quatro mil estão na sub-bacia do Rio Cuiabá e três mil e 700 pescadores estão no Rio Cuiabá.
Todos eles praticam a pesca de subsistência para manter suas famílias, de modo que cerca de 13 mil pessoas vivem da pesca e conseguem renda total superior a 26 milhões de reais por ano somente no Rio Cuiabá.