| Índios de Brasnorte querem ampliar a produção mecanizada de grãos, mas falta apoio financeiro.wav |
Foto da manchete: reprodução da internet
Por Jurandir Antonio – Voz: Vinícius Antônio
Texto do áudio:
Os indígenas Manoki, desde meados do século 20 quando perderam boa parte da população, têm buscado formas de sobreviver com plantio em roças tradicionais.
Na Terra Indígena Irantxe, que fica em Brasnorte, região noroeste de Mato Grosso, cerca de 10 aldeias se uniram para criar uma lavoura mecanizada e, assim, além de produzirem para o consumo das famílias locais, conseguem comercializar os produtos.
O cacique Neilton Rodrigo Iranxe, que também se tornou técnico agropecuário, conta que, juntas, as aldeias dos povos Manoki da região tem cerca de 400 indígenas.
A ideia de expandir a produção surgiu em 2004, quando foi criada a primeira lavoura mecanizada na região, em uma área de mil hectares.
Desde então, eles produzem soja, milho, girassol e, recentemente, feijão mungo, feijão azul, feijão caupi e pipoca.
Segundo Neilton, a maior parte das famílias possuem roças tradicionais, criam galinhas e porcos. A renda familiar dos povos Manoki, atualmente, provém de empregos e da produção local.
O cacique disse que os produtos cultivados nas lavouras vão para a Copihanama, a cooperativa dos povos indígenas para serem comercializados, gerando renda para as famílias.
Já o que é produzido nas roças vai para o consumo das famílias que vivem nas aldeias.
Segundo o cacique Neilton Iranxe, a maior dificuldade enfrentada pelos indígenas é a falta de apoio financeiro para a produção de alimentos.
Eles não contam com dinheiro público nem da iniciativa privada para financiar as lavouras.
Sonora - cacique Neilton Rodrigo Iranxe
Para administrar a produção e a comercialização das lavouras, os indígenas criaram a ‘Agropecuária Manoki’ e outras duas associações: Associação Watoholi e Associação Manoki Pita.