Indígenas de Mato Grosso comemoram a decisão do STF que derrubou o marco temporal

Áudio
Download do arquivo abaixo: (ou botão direito em salvar link como)

Foto da manchete: Reprodução Web

Por Jurandir Antônio - Voz: Elaine Coimbra

Texto do áudio:

 

O STF, Supremo Tribunal Federal, formou maioria de votos nesta quinta-feira, contra a tese do Marco Temporal para demarcação de terras indígenas.

Povos indígenas de Mato Grosso comemoraram a decisão do STF.

O novo entendimento deve ser seguido nas demais instâncias da Justiça e nos casos semelhantes que ainda aguardam julgamento.

Segundo o vereador de Barra do Bugres e liderança indígena Lennon Corezomaé, essa é uma vitória que marca o fim de inseguranças dos povos indígenas.

O vereador destacou que o julgamento do STF elimina todos projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional sobre o assunto.

Lennon disse ainda que o foco agora é fazer estudos para homologação das terras indígenas.

Já Mayalu Txucarramãe, da Terra Indígena Capoto/Jarina, que fica em Peixoto de Azevedo, afirmou que está emocionada por estar viva e poder participar da luta.

Para ela, a decisão do STF garante a sobrevivência e a preservação das tradições e a possibilidade de que as futuras gerações indígenas possam desfrutar das terras. 

Para o professor Magno Silva, da Etnia Kurâ Bakairi, a derrubada do Marco temporal não atende somente os povos indígenas, mas toda a população tradicional do Brasil, seja ela ribeirinha, pescadores ou quilombolas.

Pela proposta do marco temporal, os povos indígenas só poderiam reivindicar terras que ocupavam até cinco de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal.

Votaram contra os indígenas os dois ministros indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, ou seja, Nunes Marques e André Mendonça.