Governo acionará Congresso e governadores da Amazônia defendem ajuda externa no combate a queimadas.mp3 |
Sayonara Moreno
Um pacote de medidas a serem enviadas ao Congresso Nacional. É o que o governo federal vai elaborar, junto com governadores da Amazônia Legal para resolver o problema das queimadas na região. Sem detalhar exatamente do que se trata, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a medida, durante reunião com representantes dos nove estados, nesta terça-feira, no Palácio do Planalto.
A motivação dos incêndios e do desmatamento, para o governador do Amazonas, Wilson Lima, ocorre por interesses econômicos. Lima informou ao presidente ter constatado isso, em sobrevoos na região.
O governador do Pará, Helder Barbalho, disse que o estado, hoje, tem 10 mil pontos de incêndios em florestas e que isso já ultrapassa os números em todo o ano de 2017. Barbalho defendeu um esforço conjunto para o controle das queimadas e aplicação de multas a quem comete esses crimes ambientais. Barbalho defendeu ainda que o Brasil aceite recursos internacionais para o combate aos focos de incêndio.
O governador do Pará se refere à ajuda equivalente a R$ 83 milhões, prometida pelo G7 – o grupo das sete maiores economias do mundo - aos estados da região amazônica, afetados pelos incêndios florestais.
O governo federal havia sinalizado não aceitar o recurso, em defesa da soberania brasileira sobre Amazônia e também por declarações do presidente Francês, Emannuel Macron. Antes do encontro com governadores, o presidente Bolsonaro disse que pode reavaliar o recebimento, com uma condição.
Também no encontro, o governador do Maranhão, Flávio Dino, concordou com Helder Barbalho, sobre aceitar a ajuda internacional e manter a soberania do Brasil sobre a floresta. O Fundo Amazônia foi citado por ele como “uma ferramenta de alto valor” que o Brasil não pode “abrir mão”. O governador do Amapá, Waldez Góes, também acredita que os estados não conseguem resolver as queimadas com recursos próprios.
Após o encontro, o governador Flávio Dino destacou algumas ações emergenciais.
Sobre o pacote de medidas a serem enviadas ao Congresso Nacional em conjunto com os governadores, Flávio Dino adiantou que, caso a ideia seja alterar a legislação sobre a exploração e o desenvolvimento da Amazônia, a Constituição brasileira já cita o desenvolvimento sustentável e que basta, segundo ele, o cumprimento da lei.
Ao fim da reunião, o governador do Amapá, Waldez Goes, entregou ao presidente um documento, em nome de todos os nove governadores da Amazônia Legal: uma síntese de um plano estratégico que os gestores esperam executar em cooperação com o governo federal.