| Deputado Cattani quer acabar com o feriado da Consciência Negra em Mato Grosso.mp3 |
Foto da manchete: Fablicio Rodrigues | ALMT
Por Jurandir Antonio – Voz: Vinícius Antônio
Texto do áudio:
O deputado estadual bolsonarista, Gilberto Cattani, do PSL, quer acabar com o feriado de 20 de novembro em Mato Grosso, o Dia Nacional da Consciência Negra.
De acordo com o parlamentar, a data gera muitos prejuízos para o comércio diante de outros feriados obrigatórios celebrados no mês de novembro.
No projeto, Cattani justifica que sua proposta atende a pedidos da CDL, Câmara de Dirigentes Lojistas, e a Associação Comercial e Empresarial de Nova Mutum, cidade que é base eleitoral do deputado.
"O status de feriado influencia, e muito, na rotina econômica das cidades, afetando diversos setores com o fechamento do comércio, bem como os prestadores de serviços, causando prejuízos econômicos, reduzindo faturamento", argumenta o parlamentar.
Gilberto Cattani nega que a proposta tenha conotação racial.
Sonora – deputado Gilberto Cattani
A data é celebrada com feriado em mais de mil cidades brasileiras em homenagem a Zumbi dos Palmares, símbolo da luta pela liberdade e valorização do povo afro-brasileiro.
O projeto gerou polêmica em todo estado. Na Câmara Municipal de Rondonópolis, o vereador Adonias Fernandes, do MDB, criticou a proposta do deputado Cattani que propõe anular a lei que criou o feriado da Consciência Negra em Mato Grosso.
Adonias Fernandes disse que projeto do deputado é racista, discriminatório e cobrou respeito aos negros.
“Como vereador e negro não poderia me calar neste momento”, reforçou Adonias.
O presidente da Câmara de Cuiabá, vereador Juca do Guaraná Filho, do MDB, também criticou a proposta do deputado.
Juca lembrou que a data não é apenas um dia de “folga”, mas sim para relembrar a história de luta, valorizar a cultura da população negra e de discutir ações para fortalecimento de políticas públicas de igualdade racial e projetos de combate ao racismo.
"O Brasil tem tantos feriados e o da Consciência Negra não pode ser excluído. No nosso país, a escravidão durou mais de 300 anos, o povo negro ainda sofre com racismo e outras mazelas, sofre para ter acesso a seus direitos", concluiu Juca.