Café produzido por indígenas de Mato Grosso conquista mercado de alto padrão.mp3 |
Foto da manchete: Embrapa
Por Jurandir Antonio – Voz: Vinícius Antônio
Texto do áudio:
A produção de café em aldeias indígenas em Mato Grosso, com qualidade e utilização de técnicas sustentáveis, tem chamado atenção do mercado nacional.
A produção realizada por índios da aldeia Apoena Meirelles, da etnia Suruí, em Rondolândia, é prova disso.
A comunidade possui parceria com o Grupo 3 Corações, uma das maiores empresas de café do País, na qual fornece os grãos secos e limpos de café, e a empresa industrializa, embala e comercializa os grãos já moídos, ao preço de 45 reais a embalagem com 250 gramas de café.
Esse valor, acima da média de mercado, se deve pela particularidade da forma como o café é cultivado: uso de adubo natural, sem irrigação e defensivos agrícolas, com colheita e armazenamento no tempo.
Tais cuidados atraem os paladares mais exigentes, que focam em grãos que utilizam técnicas e critérios sustentáveis.
Atentos a esse cenário crescente de consumo aliado à sustentabilidade, indígenas da aldeia Massepô, localizada no território Umutina, em Barra do Bugres, também focam no cultivo do café como forma de gerar renda através da venda de cafés finos, visando o mercado internacional.
Por meio de uma parceria entre o Governo de Mato Grosso e a Funai, Fundação Nacional do Índio, os indígenas do território Umutina contam hoje com um hectare de cafezal com mais de três mil pés de plantas de alto potencial produtivo.
Para efetivar a inserção dos indígenas na ação de incentivo ao cultivo do café, a Secretaria de Estado de Agricultura Familiar repassou as mudas, e a Empaer, Empresa Mato-Grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural, promoveu o acompanhamento técnico na área.
Para aprender as técnicas de plantio e cultivo, uma parte dos indígenas viajou para Rondônia, onde já é realizado um trabalho similar e exitoso.
Além de Barra do Bugres, a Secretaria de Agricultura Familiar desenvolve a mesma ação na cidade de Campo Novo do Parecis.
Na Aldeia Chapada Azul, a pasta promove a atividade junto aos indígenas da etnia Haliti Paresi, com o plantio de cinco hectares de café clonal.