Audiência Pública promovida pela AL constata a destruição provocada pelo fogo no Pantanal

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Por Sapicuá Rádio News – Voz: Vinícius Antônio

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O desmatamento que reduz o volume de água no Pantanal, a dificuldade para combater o fogo, a destruição de roças e casas, a morte de animais e da vegetação, e as consequências depois que a chuva chegar foram debatidos na audiência pública remota sobre queimadas no Pantanal realizada na Assembleia Legislativa pelo deputado estadual Lúdio Cabral, do PT.

 

“Estamos vivendo uma pandemia. Mas o fogo no Pantanal não é a doença. O fogo no Pantanal é a febre. Não adianta dar antitérmico sem tratar a doença. E muitos aqui disseram com clareza qual é a doença”, disse Lúdio.

 

Pelo aplicativo Zoom, o evento reuniu mais de 100 pessoas, entre pantaneiros, indígenas, quilombolas, bombeiros, técnicos, pesquisadores da Unemat, Universidade do Estado de Mato Grosso, e da UFMT, Universidade Federal de Mato Grosso, gestores públicos e parlamentares. 

 

“Mais de 80% da nossa área foi queimada. A gente perdeu roça, perdeu casa, perdeu nossa medicação tradicional porque queimou grande parte da mata. Temos passado os últimos dias com muita tristeza”, reclamou Alessandra Alves, indígena do povo Guató.

 

Para a coordenadora da Rede de Comunidades Tradicionais Pantaneira, Cláudia Sala de Pinho, falta visibilidade a quem conserva o bioma.

 

“É muito triste ver o Pantanal nessa situação. Mas é mais triste ainda saber que isso é um dos meios para retirar as comunidades tradicionais do Pantanal. Depois do incêndio é que vamos saber a dimensão do que isso vai causar nos nossos territórios e nas nossas vidas”, lamentou a pantaneira.

 

A pesquisadora Michele Sato, da UFMT, afirmou que o desastre no Pantanal é consequência de mudanças climáticas.

 

“Estamos vivendo uma crise planetária sem precedentes. Projeções indicam que vai piorar”, alertou a professora.

 

A promotora de Justiça Ana Luiza Peterlini cobrou punição.

 

“A responsabilização tem que ser exemplar. Além do desmatamento dentro do Pantanal, há também a drenagem das áreas úmidas, que altera todo o ciclo geológico do Pantanal. Ela tem sido feita nas cabeceiras, no planalto, e também na planície, para propiciar a agricultura em áreas impróprias”, denunciou a promotora.

 

Já o pecuarista e empresário do turismo Leopoldo Nigro cobrou uma legislação específica para o Pantanal, como existe em outros biomas.

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