Atividades garimpeiras dominam quase um quarto do território de Mato Grosso, diz ONG

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Foto da manchete: Assessoria OPAN

Por Jurandir Antonio – Voz: Enéas Jacobina

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Levantamento mostra que dos 90 milhões de hectares da área total de Mato Grosso, 21 milhões e meio de hectares estão comprometidos com processos minerários, ou seja, quase um quarto do território mato-grossense.

Os dados são do Boletim de Monitoramento de Pressões e Ameaças às Terras Indígenas na Bacia do Rio Juruena, produzido pela OPAN, Operação Amazônia Nativa, a partir de informações fornecidas pela Agência Nacional de Mineração.

Além da área em si, também chama atenção o aumento numérico de processos minerários nos últimos sete anos.

Em 2018, foram registrados sete mil 526 processos, quantidade que saltou para 11 mil 859 no início de 2024, o que representa um aumento de 57,6%.

Isso sem falar nos dados de garimpo ilegal, que não foram contabilizados nesse levantamento.

Em Mato Grosso, nota-se que os processos minerários têm se intensificado em todas as suas fases, desde o requerimento de pesquisa até a exploração em si.

Entre elas, o Requerimento de Lavra Garimpeira se destaca como uma das mais importantes para o monitoramento, devido à sua maior flexibilidade de implantação.

O Requerimento de Lavra Garimpeira permite a extração de minério sem a necessidade de Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental, o que facilita o processo de licenciamento ambiental.

Além disso, o Requerimento de Lavra pode ser feito por pessoa física, jurídica ou associações, outro fator facilitador.

Segundo o geógrafo Cristian Felipe Rodrigues Pereira, é possível constatar que, em alguns casos, os exploradores elegem uma região e abrem uma série de Lavras Garimpeiras, localizadas uma ao lado da outra, que, somadas, formam uma área imensa.

 Em Mato Grosso, o foco dos processos se concentra em cinco principais minerais.

O ouro lidera com 52% da área visada pela mineração, somando mais de 11 milhões de hectares.

O cobre vem na sequência, representando 23% da área. O diamante, o manganês e o chumbo dividem a terceira posição com 3% cada.