AGU diz que lei que proíbe a pesca em Mato Grosso é inconstitucional

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Foto da manchete: Tchélo Figueiredo

Por Jurandir Antônio - Voz: Enéas Jacobina

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A AGU, Advocacia-Geral da União, manifestou na última sexta-feira, pela inconstitucionalidade da chamada Lei da Pesca, que proíbe o transporte, armazenamento e comércio de peixes dos rios de Mato Grosso.

Na prática, a lei estadual proíbe a pesca de fato.

A lei do Governo do Estado, foi aprovada pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso e sancionada no dia 21 de julho pelo governador Mauro Mendes.

A medida proíbe o comércio, transporte e pesca a partir de janeiro de 2024, por cinco anos.

A ação foi movida pelo MDB e o ministro André Mendonça é o relator do caso no STF, Supremo Tribunal Federal.

O MDB alegou que a lei teria desrespeitado a competência da União, que é responsável pela elaboração das normas gerais sobre o tema. Além de ferir a liberdade do exercício profissional, também prevista na Constituição.

O advogado-geral da União, Jorge Messias, concordou com a tese da inconstitucionalidade.

Segundo ele, a norma atribui ao poder público federal a competência para regulamentar essa política, conciliando o equilíbrio entre o princípio da sustentabilidade dos recursos pesqueiros e a obtenção de melhores resultados econômicos e sociais.

Além disso, também estabelece medidas para viabilizar o desenvolvimento sustentável da atividade pesqueira.

Jorge Messias afirmou ainda que é função do Ministério da Pesca legislar sobre o assunto.

O chefe da AGU reforçou que compete ao Ministério da Pesca e Aquicultura a formulação e normatização da política nacional da aquicultura e da pesca e a promoção do desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva e da produção de alimentos.