| 01 PROTEÇÃO. Evento na UFMT de Cuiabá debate o futuro dos povos indígenas isolados.mp3 |
Foto da manchete: Ilustração - OPAN
Por Jurandir Antonio – Voz: Eneas Jacobina
Texto do áudio
Começou nesta segunda-feira, e segue até quarta, cinco de novembro, no auditório do Museu Rondon de Etnologia e Arqueologia da UFMT, em Cuiabá, o seminário “Povos indígenas em isolamento no Brasil: perspectivas de futuro diante da crise socioambiental sistêmica”.
O evento é uma iniciativa do Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato e o Núcleo de Estudos Rurais e Urbanos da UFMT, Universidade Federal de Mato Grosso.
O encontro reúne especialistas indígenas e não indígenas para um balanço crítico das políticas de proteção, com ênfase no princípio do não contato, na proteção territorial e na autodeterminação, articulando evidências acadêmicas, experiências de campo e proposições de governança interinstitucional.
Também serão discutidos cenários e alternativas diante da denominada “crise socioambiental sistêmica”.
A política contemporânea de proteção a povos isolados consolidou-se a partir de 1987, com o abandono da antiga lógica de atração e a adoção do não contato como diretriz.
A última década testemunhou pressões sem precedentes: desmatamento, garimpo e mineração, grilagem, narcotráfico, queimadas prolongadas, contaminação por mercúrio, propostas legislativas regressivas e novas formas de pressão, com impactos diretos sobre territórios e modos de vida.
Nesse cenário, cresce o engajamento de organizações indígenas e indigenistas, bem como a produção acadêmica, mas também se ampliam riscos e ocorrências de violência.
Diante do cerco territorial e normativo e da complexidade das novas ameaças, torna-se imprescindível integrar conhecimento científico, experiências de gestão e vigilância, e incidência política para qualificar mecanismos de proteção, como demarcação, restrições de uso e fiscalização.
Além de aprimorar protocolos sanitários e de resposta a emergências; consolidar governança interinstitucional com protagonismo indígena; e construir cenários de futuro para os povos em isolamento e suas terras.
O evento está sendo transmitido online pelo canal do Seminário no You Tube.