CENÁRIO. Mesmo com instabilidade climática, avança a semeadura da soja em Mato Grosso

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Foto da manchete: Crop AgroComunicação

Por Jurandir Antonio – Voz: Eneas Jacobina

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Mais de 60% dos mais de 13 milhões de hectares que devem ser cultivados em Mato Grosso foram plantados até o fechamento da última semana.

Os pesquisadores da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, em visitas a propriedades, visualizaram máquinas em operação e o plantio já avançado para estágios vegetativos, reflexo de um planejamento que vem sendo adotado nos últimos anos.

A pesquisadora de Fitotecnia da Fundação Mato Grosso, Daniela Dalla Costa, explica que apesar da área plantada ser maior que na mesma época do ano passado e da média dos últimos cinco anos, a instabilidade climática dos últimos dias e os baixos volumes previstos, tendem a retardar o processo de semeadura.

Segundo ela, o foco agora é otimizar os recursos disponíveis e adequar o sistema operacional para garantir a eficiência e rapidez da semeadura assim que as condições ambientais se estabilizarem.

Ela explicou que o atraso provoca grande preocupação com o calendário e a janela de plantio da segunda safra, já que os produtores que cultivam algodão depois da soja precisam que a cultura se estabeleça e seja colhida rapidamente.

A pesquisadora disse ainda que neste momento, o cenário também começa a preocupar para a janela de semeadura do milho segunda safra.

A consultora agronômica da Fundação Mato Grosso, Jakelinny Martins Silva, lembrou que, depois de realizar a semeadura, o produtor não tem muito controle, restando aguardar por condições climáticas favoráveis.

De acordo com os pesquisadores, os produtores devem acompanhar as previsões do tempo, essenciais para o planejamento da semeadura, já que oscilações nas chuvas são esperadas.

Sobre o impacto climático atual na janela de plantio, Daniela explicou que a situação varia de acordo com a região.

O médio-norte e o oeste do estado, por exemplo, tiveram chuvas logo após o fim do vazio sanitário, em 16 de setembro, o que permitiu o avanço rápido da semeadura, onde neste momento estas regiões enfrentam um cenário de instabilidade climática.

Os maiores impactos, segundo ela, estão na região sul estendendo-se até o município de Primavera do Leste, onde o sistema soja-algodão exige plantio antecipado. Essa região já tem histórico de chuvas mais tardias, porém neste ano atrasou ainda mais, o que pode comprometer a janela da soja e, possivelmente, do algodão também.