Pressão do setor produtivo faz Comissão Europeia recuar na execução da lei antidesmatamento

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Foto da manchete: Reprodução Web

Por Jurandir Antonio – Voz: Yaponira Cavalcanti

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A Comissão Europeia solicitou, na última quarta-feira, o adiamento da execução da lei antidesmatamento por pelo menos um ano.

O pedido foi feito após pressão de países exportadores de produtos agropecuários, como o Brasil.

Além disso, a Comissão publicou documentos com diretrizes e orientações para o cumprimento das regras, bem como os princípios da metodologia que será aplicada para classificar o risco dos países que vão exportar sua produção para a União Europeia.

Para a Famato, Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso, o anúncio traz tranquilidade aos produtores que já sofrem com outro embargo europeu: a moratória da soja.

De acordo com o presidente do Sistema Famato, Vilmondes Tomain, a lei proposta pela Comissão Europeia é um insulto à soberania brasileira.

Segundo Tomain, os produtores do Bioma Amazônia já enfrentam desafios significativos devido a esse acordo, que afeta diretamente a comercialização da soja na região, e essa lei antidesmatamento traria prejuízos ainda maiores. 

O presidente da Famato afirmou ainda que a Europa precisa reconhecer que os produtores mato-grossenses são os mais comprometidos com a preservação ambiental, e os números provam isso.

Ele lembrou que em Mato Grosso, 62% da área permanece totalmente preservada seguindo rigorosamente o Código Florestal Brasileiro, um dos mais rígidos do mundo.

Se aprovada pelo Parlamento e pelo Conselho Europeu, a lei prevê a proibição da importação de commodities produzidas em áreas desmatadas após 2020, mesmo que a abertura das áreas tenha sido feita de forma legal.