Pesquisadores de Mato Grosso estudam alternativa no combate à mancha angular do algodoeiro

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Foto da manchete: Secom/MT

Por Jurandir Antonio – Voz: Yaponira Cavalcanti

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A cotonicultura brasileira tem crescido significativamente e desempenha um papel essencial na economia do país, fornecendo matéria-prima para a indústria têxtil, assumindo a liderança mundial nas exportações em 2024.

Com uma produção sustentável, a cultura atingiu recorde de quase quatro milhões de toneladas, sendo 70% da pluma produzida em Mato Grosso, segundo os dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão.

No entanto, a produção enfrenta desafios constantes, como a mancha angular do algodoeiro, uma doença causada pela bactéria Xam.

Essa praga pode comprometer gravemente a produtividade, causando lesões nas folhas que levam à perda da plantação.

O uso de fungicidas cúpricos, uma das formas mais comuns de controle, apresenta limitações, já que apenas retardam a doença e não eliminam a bactéria.

Além disso, esses produtos podem ter alto custo operacional e impactos ambientais adversos.

Com isso, pesquisadores de Mato Grosso têm investigado novas soluções mais eficazes e sustentáveis, e uma das estratégias promissoras envolve o uso de substâncias orgânicas, conhecidas como chalconas.

Esses compostos químicos pertencem à classe dos flavonoides e possuem propriedades farmacológicas diversas, incluindo atividades antimicrobianas, antioxidantes, anticancerígenas e antiparasitárias.

Estudos recentes indicam que as chalconas podem atuar contra a bactéria Xam, tornando-se uma alternativa viável ao combate da mancha angular.

O avanço nesse campo representa um passo fundamental na busca por alternativas eficientes, econômicas e ambientalmente viáveis para o controle de doenças na cotonicultura, garantindo maior produtividade e sustentabilidade para o setor agrícola brasileiro.

Esses estudos científicos são financiados pelo Governo do Estado, por meio da Fapemat, Fundação de Amparo à Pesquisa de Mato Grosso, coordenada pela professora doutora Aline Bernardes Valeze do Instituto Federal de Mato Grosso, campus Cuiabá Bela Vista.