Pesquisadores da Unemat alertam que a floresta amazônica está definhando por causa do aquecimento global

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Jurandir An

Pesquisa inédita revela que, acima de 32 graus Celsius, florestas tropicais tendem a emitir mais carbono na atmosfera do que absorver.

 

A tolerância das florestas tropicais com o aquecimento global está chegando ao fim, especialmente na Amazônia.

 

Mesmo que o desmatamento e as queimadas cessassem por completo a partir de amanhã, a elevação da temperatura média global, decorrente do acúmulo de gases do efeito estufa na atmosfera, poderá levar a um empobrecimento em massa desses biomas nas próximas décadas.

 

Segundo os pesquisadores, as florestas têm um limite de tolerância térmica de até 32 graus Celsius na temperatura ambiente.

 

Acima disso, começam a perder biomassa, como se estivessem definhando; a mortalidade de árvores aumenta, e a taxa de crescimento da vegetação como um todo diminui.

 

Ocorre assim uma inversão de funções: em vez de retirar e estocar dióxido de carbono (CO2) da atmosfera, a floresta passa a ser fonte de emissão de gases. 

 

Só isso já seria extremamente preocupante para a manutenção dessas florestas a médio e longo prazo; mas o cenário imediato é ainda pior.

 

Quando esse estresse térmico se soma aos efeitos do desmatamento, das queimadas e da fragmentação florestal, o resultado é o que alguns cientistas chamam de “tempestade perfeita”; uma combinação catastrófica de fatores, que ameaça dizimar grande parte da Amazônia e de outras florestas tropicais do planeta, num futuro não muito distante. 

 

O desmatamento acumulado nos primeiros quatro meses deste ano, mil e 200 quilômetros quadrados, já é 55% maior do que no mesmo período de 2019, segundo dados de monitoramento por satélite do sistema DETER, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

 

“É a anatomia de um desastre se desenhando”, diz o pesquisador Ben Hur Marimon Junior, da Unemat, Universidade do Estado de Mato Grosso, um dos vários autores brasileiros do trabalho, ao lado de Beatriz Marimon, sua mulher e também cientista da Unemat.

 nio - Voz: Vinícius Antônio

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