O vírus do mundo moderno

Entre 1343 e 1353 a peste negra, transmitida pelo rato, dizimou entre 75 e 200 milhões de pessoas na Europa e na Ásia. Na década a década de 1920, a gripe espanhola também chamada de Gripe de 1918, atingiu 5% da população mundial, de 50 a 100 milhões de pessoas, incluindo o Brasil.

 

Citei apenas duas pandemias. Mas o mundo, de tempos em tempos, enfrenta pandemias como a atual do corona vírus.

           

Vamos nos deter neste atual. O vírus vem da China. Mas as controvérsias começam aparecer. Sem muito esforço mental dá pra imaginar que se trata de uma pandemia política.

verdade que hoje, ao contrário das anteriores, tudo se espalha muito depressa. Milhares de vôos diários de aviões interligam o mundo um  monte de vezes.  Só aeroporto de Pequim, inaugurado em 2019, tem capacidade para receber 72 milhões de passageiros/ano. Imagine-se a capacidade de transmissão de uma doença originária na China.

É capaz de cobrir o mundo todo em menos de uma semana. Os vôos alcançam 120 destinos diferentes diariamente.

           

Muito bem. Hoje existe uma rivalidade comercial, econômica e tecnológica monstruosa entre os EUA e a China. Isso é o pano de fundo do vírus corona. A rivalidade mais forte está no campo digital onde a China começa a ultrapassar os EUA. Como essa será a área do futuro, quem dominar os bytes dominará o mundo futuro.

           

Na semana passada entrevistei o economista cuiabano, professor Vivaldo Lopes a respeito. Ele lembrou que são muitas as Chinas. Uma sofisticadíssima e a outra rural quase primitiva. O mundo compra e vende pra primeira. Mas a segunda coexiste e sobre ela paira a informação de ter gerado o corona vírus.

           

De outro lado, o sistema internacional de espionagem e inteligência é extremamente assustador. Especialmente a dos EUA. Logo, por detrás do corona virus existe um imenso serviço de informações e contrainformações navegando com bandeira sanitária, levando junto questões comerciais, econômicas e tecnológicas. Na realidade existe mais mídia do que vírus.

           

Os efeitos econômicos no mundo se medem pelo reduzido fluxo de passageiros, nas exportações e nas importações, nas vendas e compras, nas bolsas de valores, nos preços do petróleo e daqui a pouco em restrições complexíssimas.

           

Queiramos ou não, estamos vivendo as paranoias do mundo do século 21. Acabou a globalização, mas nasceu um novo modelo mundial de interdependências inimaginável no tempo das distantes gripe espanhola e a da peste negra. Pior: vai durar o tempo político. Esse é realmente novo!

 

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso

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