O poder simbólico

A luz da verdade é fato que fomos formados nas licenciaturas História, pedagogia com o tal viés marxista ou de esquerda que domina as cátedras e incomoda tanto ao presidente.

E, consequentemente, reflete na metodologia de ensino aprendizagem como professores. Somos produtos históricos das lutas políticas. O que não acho inadequado é acreditar que exista neutralidade científica.
É óbvio que a substituição do método construtivista de Paulo Freire será por outro método mais interessante aos princípios políticos liberais.
E quem define as cátedras são as academias que possuem autonomia do livre pensar.
O Ministério da Educação (MEC) não tem verticalmente nenhum poder de definir ou impor os parâmetros científicos e curriculares das universidades nem das escolas para o ensino aprendizagem, pois o sistema educacional brasileiro foi construído de forma autônoma e descentralizada desde a nova república e a redemocratização (Nova República – 1985).
E olha que está bem amarrado, inclusive, em legislações, discussões e planos.  Esta revisão não passa de um discurso “aparentemente” inócuo e a mudança, de fato, terá um longo caminho.
Me atrevo a dizer que só uma ruptura na ordem democrática poderia assim fazer.
Numa eleição apertada, de dois turnos, onde o presidente Jair Bolsonaro teve algo em torno de 34% do eleitorado, acho muita pretensão para pouca legitimidade.

Alguém tem dívida? Se tem ainda é preciso ler sobre o mito da neutralidade científica.

Começa pelo sociólogo Pierre Félix Bourdieu, da França, em sua obra: O poder Simbólico. Segundo Pierre  Bourdieu,  O poder simbólico é esse poder invisível, o qual só pode ser exercido com a cumplicidade daqueles que não querem saber que lhe estão sujeitos ou mesmo que o exercem. Poder quase mágico, que permite obter o equivalente daquilo que é obtido pela força (física ou econômica), só se exerce se for reconhecido, ignorado como arbitrário.

*SUELME EVANGELISTA FERNANDES  é doutor em História e mestre em Antropologia; foi secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano de Cuiabá; e secretário de Estado de Agricultura Familiar de Mato Grosso. É suplente de deputado estadual por Mato Grosso pelo PPS.

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