O pacto nunca existiu

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Agência Rádio Mais - João Paulo Machado 

Na última semana, o presidente Jair Bolsonaro se reuniu com os chefes dos outros poderes, Rodrigo Maia (DEM-RJ), da Câmara; Davi Alcolumbre (DEM-AP), do Senado; e Dias Toffoli, ministro, presidente do STF.

Do encontro: um resultado. O ‘pacto pelo Brasil’. Uma agenda conjunta entre os poderes a favor das reformas da Previdência e tributária, além do apoio a propostas sobre segurança pública. 

O acordo de cavalheiros foi analisado por esta coluna - já com o ceticismo que se mostrou pertinente, nesta primeira segunda-feira (3) do mês de junho.

A entrevista concedida pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ao jornal ‘O Globo’, revelou a inexistência de qualquer pacto, acordo, ou compromisso entre os Poderes.

“Pactos com agenda que caminhem para debate ideológico terão dificuldade de passar por todos os Poderes, não só na Câmara. Mas acho que a iniciativa é positiva”, afirmou Maia. 

Até aí, tudo bem. A expectativa era de que o texto em comum seria assinado pelos três Poderes, apenas no dia 10. O problema é que na resposta seguinte, Maia decidiu cutucar o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. 

“Acho que o Onyx avançou na informação sem uma construção política amarrada. Ele entregou um documento, ninguém leu, e ficou parecendo para a sociedade e a imprensa que a gente fechou aquele pacto em cima daquele texto. Zero de verdade nisso”, concluiu.

Ao que parece, o presidente da Câmara não está muito a fim de pactos ou acordos. Prefere mandar recados pela imprensa. Na mesma entrevista ao ‘O Globo’, disse que o Brasil precisa de uma ‘agenda’, mas que não vê isso no atual governo. Maia ainda se disse preocupado com o país - que segundo ele - caminha para um 'colapso social'.

As insinuações e indiretas de Maia, a fraca articulação política de Bolsonaro e a intromissão poderosa do Supremo em assuntos que não são da responsabilidade da Corte, deixam claro: o pacto nunca existiu, nem vai existir.

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