Mercadante quer BNDES "verde, inclusivo, digital e industrializante"

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Foto da manchete: Agência Brasil 

Por Tâmara Freire - Repórter da Rádio Nacional - Rio de Janeiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta segunda-feira (6), que o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) precisa voltar a ser o indutor do desenvolvimento brasileiro, e contribuir para que o Brasil consiga diminuir a sua dívida social.

Lula participou da posse do novo presidente do banco, Aloizio Mercadante, realizada no Rio de Janeiro. De acordo com o presidente da República, o financiamento do BNDES às empresas brasileiras chegou a R$ 198 bilhões em 2013, mas caiu para R$ 64 bilhões em 2021 e precisa ser recuperado.

Lula afirmou que o banco tem sido alvo de uma grande campanha de difamação quando, na verdade, é a mais importante agência de desenvolvimento e investimento do país. 

"O BNDES nunca foi caixa-preta. De tanto martelarem isso na cabeça das pessoas, o banco teve que gastar R$ 48 milhões em uma auditoria internacional em 2020. E o resultado, para a decepção dos caluniadores, foi que nada foi encontrado de irregular nas operações, porque todas foram contratadas com critérios técnicos, e garantias firmes, sob o controle de dirigentes sérios e de um corpo técnico altamente qualificado (...) outra grande mentira é que o BNDES dava dinheiro para outros países. O BNDES nunca deu dinheiro para país amigo. O banco financiou serviços de engenharia de empresas brasileiras em nada menos que 15 países da América Latina e do Caribe entre 1998 e 2017. De um total de R$ 10,5 bilhões financiados, o BNDES já recebeu R$ 12,8 bilhões. O BNDES não privilegiou meia dúzia de empresas em seus financiamentos. Ao final do meu governo, 480 das 500 maiores empresas atuando no Brasil tinham relações bancárias com o BNDES".

Lula também indicou que o BNDES deve ter papel central no financiamento de obras públicas, inclusive para a conclusão dos mais de 14 mil projetos que estão parados no país. Em seu discurso de posse, Aloízio Mercadante reafirmou também outras prioridades da sua gestão, como o foco no apoio às micro, pequenas e médias empresas, na economia verde, na inovação tecnológica e em políticas de redução das desigualdades de gênero e raça. O novo presidente do BNDES ressaltou ainda que o banco vai participar da elaboração de políticas estratégias para alavancar o desenvolvimento do país.

"O BNDES do futuro, que será verde, inclusivo, tecnológico, digital e industrializante. Vamos apoiar, com mais determinação, o crescimento e modernização das micro, pequenas e médias empresas, que são grandes geradoras de emprego e renda (...) das cooperativas de economia solidária, com R$ 65 bilhões por meio de crédito indireto do banco e alavancagem via garantias por crédito privado. Debateremos para ajustar a taxa de longo prazo (TLP) que o BNDES utiliza hoje (...) não queremos e não estamos reivindicando o retorno a um padrão de subsídios do orçamento, como ocorreu no passado. Mas uma taxa de juros mais competitiva, sobretudo para micro, pequenas e médias empresas".

O vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, pasta a qual o BNDES é ligado, ressaltou ainda que o banco deve contribuir para impulsionar as exportações brasileiras:

"Por que perdemos exportação industrial? Exportávamos para a Argentina quase US$ 30 bilhões, e despencou nos últimos anos. Custo de capital: simplesmente porque o nosso concorrente tem 'Eximbank' e financia o importador estrangeiro. Portanto, financiar as exportações brasileiras é emprego no Brasil. É fortalecer as empresas brasileiras para que elas possam exportar, melhorar a competitividade".

Aloizio Mercadante é economista e professor aposentado da Universidade Estadual de Campinas e licenciado da PUC de São Paulo. Na política, foi deputado federal e senador pelo estado de São Paulo, além de ministro de três pastas do governo Dilma Rousseff: Ciência e Tecnologia, Educação e Casa Civil. 

Edição: Sheily Noleto / Nathália Mendes

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