| Maggi condena uso político da Aprosoja em manifestações pró-Bolsonaro e contra o STF.mp3 |
Foto da manchete: Beto Barata | PR – reprodução Agência Brasil
Por Jurandir Antonio – Voz: Vinícius Antônio
Texto do áudio:
O ex-governador de Mato Grosso e ex-ministro da Agricultura e uma das principais lideranças do agronegócio no país, Blairo Maggi, filiado ao PP, criticou o fato da Aprosoja Brasil, Associação Brasileira dos Produtores de Soja, estar articulando uma paralisação nacional para pressionar o Senado Federal aprovar o voto impresso e o impeachment de ministros do STF, Supremo Tribunal Federal.
O presidente da Aprosoja Brasil, Antônio Galvan, aparece ao lado do cantor sertanejo Sérgio Reis em um vídeo convocando para a manifestação marcada para começar no dia sete de setembro.
Na publicação, o músico diz que os produtores de soja e caminhoneiros vão dar 72 horas para o Senado atender suas reivindicações, e ameaça com uma paralisação nacional das estradas e até invasão do Congresso Nacional.
Nesta segunda-feira, Blairo ligou para o presidente da entidade, Antônio Galvan, e manifestou sua opinião.
"A minha posição é contrária. A nossa entidade de classe não tem que participar desse tipo de manifestação. Não podemos defender as pautas do presidente Jair Bolsonaro, e sim as bandeiras da nossa categoria", destacou Maggi.
Para ele, Galvan estaria extrapolando ao colocar a Aprosoja Brasil como organizadora e financiadora de manifestações a favor do presidente da República.
"A manifestação individual é livre. Cada um pode defender o que pensa, quem quiser. Mas não podemos colocar a entidade. Porque senão vai parecer que todos os associados pensam como o presidente Galvan, eu penso diferente dele", explica Blairo.
Blairo ainda disse que, caso Galvan queira insistir em colocar a Aprosoja Brasil como organizadora destas manifestações, deveria convocar uma Assembleia Geral para que todos os associados participem e decidam.
A crítica de Maggi à Aprosoja se deve ao fato da entidade estar organizando uma manifestação para o dia sete de setembro em Brasília.
Por outro lado, Galvan negou que haverá uma pressão dos setores produtivos para que os caminhoneiros parem o Brasil.
“Ninguém vai forçar ninguém a parar. O que queremos conscientizar a sociedade que ela tem que parar de livre espontânea vontade para mostrar a indignação com o que está acontecendo”, afirmou o líder ruralista, referindo-se também à reprovação do projeto do voto impresso.