Lula comemora assinatura de acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza

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Daniella Longuinho – Repórter da Rádio Nacional

Edição: Roberta Lopes / Rafael Guimarães

Ricardo Stuckert / PR

O presidente Lula comemorou a assinatura do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, oficializado nesta segunda-feira (13), e afirmou que há muitas chances de o pacto entre Israel e Hamas ser definitivo:

“Não se vai devolver a vida dos milhões que morreram, mas se devolve, pelo menos, o direito de as pessoas dormirem tranquilas, sem medo de uma bomba, sem medo de um prédio cair. Eu acho que isso é um passo importante, é um dia muito importante para a humanidade. Uma coisa que não deveria ter acontecido, mas aconteceu, que poderia ter sido resolvida mais cedo, mas não foi resolvida. Eu acho que é motivo de alegria saber que o povo palestino e o povo de Israel vão viver em paz agora.”

Lula falou à imprensa em Roma, após participar do Fórum Mundial da Alimentação, da FAO, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, e de outras agendas na capital italiana. Perguntado se o acordo de paz pode melhorar as relações entre Brasil e Israel, Lula falou, de forma indireta, sobre impasses diplomáticos envolvendo os dois países e defendeu que aqueles que apoiaram o conflito em Gaza ajudem na reconstrução do território.

“Não, o Brasil não tem problema com Israel. O Brasil tem problema com o Netanyahu. Na hora em que o Netanyahu não for mais governo, não haverá nenhum problema entre Brasil e Israel, que sempre tiveram uma relação muito boa. O fato de o presidente Trump ter ido a Israel é um sinal muito importante. E, agora, vai ter a reunião no Egito com os países da Europa. Eu acho importante. Eu espero que aqueles que ajudaram Israel na sua posição de virulência, agora, ajudem a ter uma paz definitiva”, destacou.

Lula se reúne com Papa Leão XIV no Vaticano

O presidente Lula também se reuniu, pela primeira vez, com o Papa Leão XIV, no Vaticano, nesta segunda-feira. Na pauta, temas sociais, como o combate à forme, a promoção da paz e o enfrentamento às mudanças climáticas. Do encontro, Lula destacou o grande entrosamento com o pontífice:

“Parecia que eu estava conversando com gente que participou da teologia da libertação comigo. Dá impressão que eu estava conversando com Leonardo Boff, com Frei Betto, com Dom Evaristo Arns, com Dom Pedro Casaldáliga, sabe? De tanta afinidade que havia entre o propósito do Papa e o propósito da luta contra a fome e a pobreza no mundo.”

Lula indicou que o Papa Leão XVI não participará da COP30, que acontece em Belém no fim de novembro, mas que há previsão de visita do pontífice ao Brasil, em momento oportuno, já que o país concentra a maior população católica do mundo.

Indicação ao Supremo ainda não foi definida

Outro assunto em destaque foi a indicação do novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) para a vaga de Luís Roberto Barroso, que anunciou aposentadoria na última semana. O presidente disse que ainda não definiu quem será o indicado ou indicada à vaga.

“Eu quero uma pessoa – não sei se mulher ou homem, não sei se preto ou branco –, eu quero uma pessoa que seja, sobretudo, uma pessoa gabaritada para ser ministra da Suprema Corte. Eu não quero um amigo, eu quero um ministro da Suprema Corte que terá como função específica cumprir a Constituição brasileira. É essa a qualidade que eu quero. É essa, a única que eu quero é isso. E foi assim com todos os ministros que eu indiquei até agora, ou as ministras, e vai continuar sendo assim”, enfatizou o mandatário.

O presidente Lula afirmou ainda que se reunirá com aliados para tomar a decisão sobre o nome para a vaga aberta no Supremo. A indicação passará pelo crivo do Senado Federal.